No vídeo abaixo o relato do defensor público Jairo Salvador, que acompanha o caso desde o começo, há muitos anos. Além de bárbara, a ação de despejo foi ilegal. Oficial de Justiça federal foi recebido a bala pela PM. Juiz Rodrigo Capez (irmão do deputado estadual pelo PSDB Fernando Capez), que nada tinha a ver com o processo, foi ao local e mandou que o coronel PM comandante da operação descumprisse a ordem federal e continuasse a destruir os barracos. É provavelmente o maior caso de ilegalidade e arbitrariedade da justiça no País desde a ditadura militar. Os recentes acontecimentos em São Paulo parecem indicar que existe uma radicalização da direita, que faz o estado de bunker. Diante da perspectiva de ver o PT governar por muitos anos ainda, com um modelo político e econômico que forma um novo Brasil, os demotucanos partem para o confronto, que opõe SP ao restante do País, com um estilo próximo do fascismo, jogando no conflito todo o peso da unidade da Federação mais rica e mais pujante. No episódio em questão, é como se o governador, o comando da PM e o judiciário estadual juntassem forças dizendo: vamos ver quem manda aqui, vamos ver se a União tem peito de nos enfrentar. É a política do "quanto pior, melhor", provocando um conflito em que o governo federal sairia desgastado. Ao mesmo tempo, no conflito social entre sem-casa (1.200 famílias) e uma empresa (uma massa falida, um especulador já condenado por crimes econômicos), o governo e a justiça paulistas deixassem bem claro de que lado estão. Pode haver outra interpretação para o comportamento das autoridades paulistas no Pinheirinho?