Governo usa dinheiro público para reformar o Mineirão, entrega a gestão para uma empresa privada sem qualquer experiência no ramo, a empresa dá R$ 25 milhões para o partido do governador e outros. É um descalabro, mas não é extraordinário, é assim que funciona a política brasileira, empreiteiras financiando políticos que lhes repassam dinheiro público. Enfim, uma festa entre empresários e políticos com o dinheiro público. Extraordinário é o EM, que apoia Anastasia, Aécio e Lacerda, publicar matéria sobre o assunto. Se o governo tucano queria privatizar o Mineirão, por que não o transferiu aos clubes de futebol que o usam? Não é isso que os neoliberais pregam? O Estado fora dos negócios, que devem ser tocados por quem entende do assunto. E quem entende de futebol? Quem é que precisa de estádio pra jogar? Quem é que precisa do dinheiro que o estádio pode gerar? O natural seria que Atlético e Cruzeiro fizessem um consórcio para administrar o Mineirão. Isso representaria um grande salto para os clubes e também para o futebol mineiro, já que os dois clubes teriam os mesmos interesses. Qualquer criança vê que tem coisa errada nessa história de dar o Mineirão para um consórcio de empreiteiras.
Do Estado de Minas.
Multa do Minas Arena representa só 4% das doações feitas nas eleições de 2010 e 2012
Daniel Camargos
A multa de R$ 1 milhão aplicada pelo governo mineiro ao consórcio Minas Arena representa apenas 4% do valor doado pelas três empresas que formam o consórcio (Egesa, Construcap e Hap Engenharia) para campanhas políticas nas duas últimas eleições, em 2010 e 2012. Elas não economizaram e a soma das doações para vários partidos políticos e candidatos chegou a R$ 25 milhões. Ou seja, 25 vezes maior que a punição que recebeu por ter deixado os torcedores de Cruzeiro e Atlético sem água, sem comida e por não ter aberto o estacionamento no horário prometido, no último domingo, na reinauguração do estádio do Mineirão.
Somente a Egesa doou nas eleições de 2010 R$ 13,595 milhões. O partido mais agraciado foi o PSDB com R$ 2,7 milhões, sendo que desse total R$ 1,2 milhão foi para o diretório tucano de Minas Gerais. Na sequência estão: PMDB (R$ 2,035 milhões); PTB (R$ 1,1 milhão); PT (R$ 990 mil); PR (R$ 1 milhão); PP (R$ 620 mil); PSB (R$ 500 mil); DEM (R$ 400 mil) e PPS (R$ 100 mil). Esse montante é considerado doação oculta, pois a empresa repassa o dinheiro para os diretórios, sem deixar claro qual candidato será beneficiado.
Em 2010, a eleição foi para presidente, governador, senador e deputado federal. Dos R$ 7,6 milhões doados pela Construcap na ocasião, a maior parte também foi para os tucanos: R$ 3,425 milhões. O PT recebeu R$ 2,015 milhões; PSB, R$ 1,1 milhão; e PV, R$ 1 milhão. Já a Hap Engenharia foi a menos generosa e doou apenas R$ 10 mil para um candidato de São Paulo.Na última eleição, do ano passado, quando foram eleitos prefeitos e vereadores, o grande beneficiado foi o PSB. O principal candidato socialista no país foi o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Mais da metade dos R$ 2,9 milhões que as três empresas que formam o consórcio Minas Arena doaram teve como destino o partido de Lacerda: R$ 1,540 milhão.
A íntegra.