Muita gente boa não viveu para ver isso. E ainda assim é iniciativa de um presidente de esquerda num país minúsculo, a "Suíça americana" (que podia ser parte do Brasil, como foi um dia). Aliás, a Suíça é protagonista de outra iniciativa ímpar em 2013: o projeto de renda mínima obrigatória para todo cidadão, que lá ficaria em torno de R$ 6 mil. Essas ideias não são malucas, ao contrário, são lúcidas, maluco é o mundo, que vive da estupidez do povo e da hipocrisia dos poderosos. No espaço de uma vida, a maconha e outras drogas passaram de distrações de ricos e artistas a vícios populares e, por último, grande negócio internacional envolvido em violência e corrupção. Aconteceria o mesmo com o álcool -- como de fato já aconteceu, nos EUA, nos anos 1920 -- se fosse proibido. Bêbados cometem mais crimes que drogados. O pior das drogas fora de controle é para o viciado, para suas famílias, para as crianças e jovens pobres transformados em "traficantes" e mortos pela polícia. A proibição torna o consumo ilegal e a ilegalidade é a porta da corrupção. Crianças e jovens pobres trabalham para o traficantes que fornecem para os ricos. Ricos consomem e não vão presos: são "consumidores". Pobres são "traficantes" e acabam mortos pela polícia. Qual o rico que não fumou um? FHC fumou, Bill Clinton fumou. Todo mundo sabe disso há muito tempo, os hipócritas lucram com o crime, por isso não fazem o que o Uruguai faz. Que o mundo siga seu exemplo. Não vai ser fácil dar certo, porque será uma ilha saudável num mar de corrupção e o crime organizado -- traficantes + polícia corrupta + políticos idem -- de tudo fará para boicotar a lei, já que seus interesses foram golpeados.
Da Agência Brasil.
Uruguai aprova Lei da Maconha
Mônica Yanakiew, correspondente da Agência Brasil/EBC
Montevideu – Por 16 votos a favor e 13 contra, o Senado uruguaio aprovou a chamada Lei da Maconha. A partir desta quarta-feira (11/12/13), o pequeno país sul-americano será o primeiro do mundo a legalizar e regulamentar a produção, venda e o consumo da marijuana.
Antes mesmo de a votação terminar, defensores da lei marcharam até o Congresso para festejar. No Uruguai, o consumo de maconha (ou de qualquer outra droga) não é considerado crime há 40 anos, mas era proibido comprar e vender os produtos. A nova lei pretende acabar com essa contradição e buscar uma alternativa à guerra contra as drogas.
Estima-se que 28 mil uruguaios (5% da população entre 15 e 65 anos) fumam um cigarro de maconha por dia. Comparado com outros países, é um mercado pequeno - mas move US$ 40 milhões ao ano e tem crescido, apesar das políticas de combate ao narcotráfico.
O presidente do Uruguai, Jose "Pepe" Mujica, quer que o Estado regule o comércio e uso dessa droga – a quarta mais consumida no país, depois de bebidas alcoolicas, cigarros e remédios psiquiátricos. Pelo menos a metade dos uruguaios, no entanto, segundo as pesquisas de opinião, acha que a nova política não vai funcionar e que pode inclusive facilitar a vida dos narcotraficantes.
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