sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Lacerda reduz Orçamento Participativo a três obras. Democracia direta é viável

Do jeito que o prefeito queria, com as "obras" que ele quer: 1) vigiar os moradores com câmaras; 2) construir um local para eventos; 3) consertar passeios etc. (o que é uma obrigação da prefeitura e não precisa entrar em orçamento participativo, e quando Lacerda faz, são obras ridículas como a "nova" Savassi). Simulacro de participação: ele liquida o "orçamento participativo", mas continua fazendo propaganda dele.

Conferi o resultado, hoje, último dia de votação (apenas 19 dias e sem divulgação), e só 6.672 tinham votado. Numa cidade de 2,5 milhões de habitantes. A conservação dos passeios etc. está derrotando por alguns votos as câmaras de vídeo (falcatrua que já rendeu processo e não interessa nem a comerciantes, porque não basta vigiar, é preciso que a polícia funcione e isso a gente sabe que não acontece em BH). 

Tentei votar, não é fácil, o computador sugere não usar o aplicativo, é preciso informar e-mail (para quê?) e faixa etária (para quê?), além dos dados completos de eleitor (para que saber seção e zona?) e de criptografia (para quê? Se você está dando informações exatas, não pode ser máquina). Cancelei a autorização para envio de mensagens da prefeitura para meu e-mail, e o formulário deu pau; tive de preencher de novo e ele voltou com a autorização marcada. 

Mesmo assim, contra a vontade de quem o organiza, o orçamento participativo digital demonstra que a democracia direta é só uma questão de vontade política, não mais que isso. E que esses "representantes do povo" que não nos representam estão obsoletos. 

Se o voto digital é confiável e serve para a propaganda do prefeito, é também uma prova de que nós, eleitores, cidadãos, podemos decidir o que queremos para a cidade e para as nossas vidas, não precisamos da mediação dessa gente autoritária, incompetente e corrupta, que de fato está a serviço de lobbies. 

Podemos decidir todos os gastos da prefeitura, não só escolher uma dentre três obras. Podemos decidir todas as questões importantes do País, em vez de deixá-las nas mãos dos políticos profissionais. A democracia direta digital precisa ser ampliada e não restringida, como faz Lacerda.