Faço minhas as palavras do Paulo Nogueira.
Duas coisas me espantam no julgamento do "mensalão": o antijornalismo da "grande" imprensa e a ignorância de quem acredita nela.
Toda essa história fez dois grandes males: um aos condenados injustamente, outro a todos os brasileiros.
O "mensalão" é um fato marginal na história brasileira, de importância relativa. O que realmente tem importância é a ascensão do PT ao poder e esses onze anos de governo, que deverão se tornar pelo menos dezesseis, e infelizmente pouco conhecemos e pensamos sobre isso, porque todos os esforços, inclusive das cabeças pensantes (com algumas exceções), estão concentrados no ataque e na defesa desse episódio marginal.
Do Diário do Centro do Mundo.
Dirceu teria que trabalhar 100 anos para levantar o que um Marinho tira num mês com uma concessão pública
Paulo Nogueira
O que me pergunto é o seguinte: a mídia não percebe que a perseguição assassina movida a Dirceu e a Genoino tem efeito oposto ao desejado?
É um comportamento tão abjeto, tão descarado que gera imensa onda de solidariedade aos dois e, por extensão, ao PT.
Não há um barão da mídia, um colunista que pare para refletir sobre uma estratégia que se provou fracassada?
Vai chegar 2014 e o resultado vai ser o óbvio: o sentimento de injustiça será um forte componente na mais que provável eleição de Dilma para um segundo mandato.
Quer o poder? A batalha é dura: é nas urnas. É convencendo milhões de brasileiros de que você tem um plano honesto para melhorar a vida deles. Dos desvalidos, sobretudo.
No grito, no golpe, já tivemos 1954 e 1964. Sempre a mesma falácia da "corrupção", do "mar de lama".
Ora, esse truque já ficou velho. Tirada uma classe média reacionária, preconceituosa e hidrófoba – a única classe de pessoas que acreditam na mídia – ninguém mais entra nessa ladainha.
A íntegra.