Será coincidência o voo desse helicóptero com 445 kg de cocaína e o fato de Minas Gerais ter se tornado rota do tráfico, com grandes apreensões recentes?
Do Diário do Centro do Mundo.
A conexão Paraguai-Minas Gerais no caso do helicóptero dos Perrellas apreendido com cocaína
Kiko Nogueira
O helicóptero dos Perrellas esteve no Paraguai um dia antes da
apreensão com 445 kg de cocaína, diz a TV Gazeta do Espírito Santo.
Segundo a Polícia Federal, a passagem pelo país está registrada no GPS.
Ainda não se sabe se o piloto Rogério Antunes, que foi preso com outras
três pessoas, estava presente nessa parte da operação.
Antunes, você sabe, era funcionário da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais, indicado pelo deputado Gustavo Perrella (SDD), filho de
Zezé. Foi exonerado. O delegado Leonardo Damasceno foi expedito ao
inocentar os Perrellas. Já declarou que eles não têm ligações com a
captura.
O que o helicóptero estava fazendo no Paraguai? Bem, o Paraguai é um
dos maiores exportadores de drogas para o Brasil (nós somos, segundo um
estudo da Universidade Federal de São Paulo de 2012, o segundo maior
consumidor de cocaína e derivados do mundo). Em 2004, um juiz federal
chamado Odilon de Oliveira, de Ponta Porã (MS), disse que as Farcs se
instalaram naquele país e passaram a treinar traficantes com cursos de
guerrilha e sequestro. Oliveira mandou prender 114 pessoas e confiscar
seus bens, de fazendas a carros importados. O jornal paraguaio La
Nación afirmou que sua cabeça estava valendo 300 mil dólares. Oliveira
vive num quartel do exército, com escolta.
Recentemente, um lugar passou a ser porta de entrada para essa coca
toda: Minas Gerais. Desde o ano passado, a PF já apreendeu 5 toneladas
de pasta-base no estado. Isso é uma pequena amostra do montante total do
tráfico internacional. Calcula-se que pelo menos cem pousos de aviões e
helicópteros do tráfico acontecem por mês em Minas. Cada voo transporta
entre 250 e 500 quilos do produto. O quilo pode valer até 6 mil
dólares. Ou seja, estamos falando de algo entre 1,5 milhão e 3 milhões.
A íntegra.