O documentário "Brasil: relatório sobre a tortura", feito no Chile em 1971 por cineastas americanos, é "um épico", segundo o Diário do Centro do Mundo.
Dodora, também mineira, foi homenageada por Dilma em 2010.
O documentário completo pode ser visto aqui.
Algumas ideias surgem quando vemos estas cenas, uma delas é que os melhores da geração de 68 -- os mais idealistas, os mais generosos, os mais corajosos -- foram mortos.
O horror das torturas da ditadura, que hoje abominamos como coisa insuportável, é relatado até com humor por esses jovens -- os estudantes que foram às ruas em 1968 -- como parte da guerra que travavam bravamente contra um inimigo muito mais poderoso, invencível, pois tinha armas muito mais poderosas, um exército muito maior e ainda o apoio dos EUA.
E nos vemos neles, porque somos assim mesmo, brincamos com as coisas mais dolorosas.
É tocante a consciência de que os melhores de uma geração inteira foram dizimados pela ditadura. Alguns sobreviveram e aí fica o interesse de saber o que se passou na sua cabeça entre o idealismo dos anos 60 e o pragmatismo do século XXI.
Foi assim também na Revolução Francesa, na Revolução Russa e em outros episódios históricos: os melhores, que tiveram coragem de lutar, tombaram.
De certa forma, o mundo é herdado pelos que não lutaram -- covardes ou sensatos, depende do ponto de vista. Ou simplesmente sortudos ou mais resistentes.
A história faz uma seleção natural às avessas.