Assassinato de reputação virou uma prática comum da "grande" imprensa: quem não é amigo dela ou não faz o que ela quer, é atacado.
O fim da lei de imprensa pelo STF ajudou a "grande" imprensa a agir impunemente.
Gushiken foi um dos acusados no "mensalão", a maior manipulação de informações na imprensa e no judiciário da história do Brasil.
Mesmo no processo foi inocentado.
Agora Veja é condenada na justiça pelas mentiras que publicou sobre ele.
É tarde, não só porque a justiça levou oito anos para ser feita, mas porque Gushiken está morto.
Morreu jovem, depois de ser afastado do governo, difamado, perseguido e adoecer.
Como acontece agora com Genoino.
No caso de Gushiken, o assassinato não foi só de reputação.
Essa é a "grande" imprensa brasileira. Essa é a "justiça" brasileira.
Do blog Escrevinhador.
Depois de morto, Gushiken derrota Veja: o caso das falsas contas no exterior
Por Rodrigo Vianna
"A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina." (trecho da sentença que condenou Veja)
Quase oito anos se passaram. A Justiça levou tanto tempo para ser feita, que a vítima dos ataques covardes já não está entre nós. Fundador do PT, bancário de profissão, Luiz Gushiken foi ministro da Secom na primeira gestão Lula. Por conta disso, teve seu nome incluído entre os denunciados do "mensalão" (e depois retirado do processo, por absoluta falta de provas)…
Mas os ataques de que tratamos aqui são outros. Em maio de 2006, a revista Veja publicou uma daquelas "reportagens" lamentáveis, que envergonham o jornalismo. A torpe "reportagem" (acompanhada de texto de certo colunista que preferiu se mudar do Brasil – talvez, por vergonha dos absurdos a que já submeteu os leitores) acusava Gushiken de manter conta bancária secreta no exterior. Segundo a publicação da editora Abril, os ministros Márcio Thomaz Bastos, Antônio Palocci e José Dirceu (além do próprio Lula!) também manteriam contas no exterior.
Qual era a base para acusação tão grave? Papelório reunido por ele mesmo – o banqueiro Daniel Dantas. A Veja trabalhou como assessoria de imprensa para Dantas. Da mesma forma como jogou de tabelinha algumas vezes com certo bicheiro goiano. Mas mesmo ataques vis precisam adotar alguma técnica, algum rigor.
Chama atenção que a Justiça tenha levado 8 anos para julgar em segunda instância (portanto, há recursos possíveis ainda nos tribunais superiores) caso tão simples. O “Mensalão” – com 40 réus na fase inicial – foi julgado antes.
A Justiça é rápida para julgar pobres, pretos, petistas. E eventualmente é rápida também para punir blogueiros que se insurgem contra a velha mídia. Mas a Justiça é lenta para punir ricos, tucanos e empresas de mídia.
A íntegra.