O Brasil precisa de alternativas consistentes à esquerda, mas as que aparecem são de direita. E também inconsistentes. Para alguns que não vivem em Minas, Aécio parece ser uma alternativa, mas os mineiros críticos sabem que ele é uma espécie de Collor, um coronel das montanhas que vive no Rio, um líder muderno produzido com muita propaganda e produzindo muita incompetência. Campos agora surge como mais um Aécio. Esta análise do leilão do Campo de Libra vai se firmando como a mais correta, apesar do apelo inexplicável à ação do Exército contra os opositores, apesar da defecção de líderes petroleiros. O senador Roberto Requião é uma rara voz de esquerda
consistente; ele observa que, embora a Petrobrás detenha 40% de do Campo
de Libra, 35% da empresa foram doados a particulares pelo ex-presidente
FHC, por isso na prática a Petrobrás detém só 26%. De qualquer forma, só o futuro e os resultados dirão se o governo estava correto ao entregar para estrangeiros parte do poço de petróleo descoberto pela estatal brasileira no subsolo do mar.
PS: Shigeaki Ueki, ex-presidente da estatal e ex-ministro das Minas e Energia da ditadura, disse que o leilão foi "um negócio da China" para o Brasil.
Do Brasil Atual.
Para criticar leilão de Libra, Eduardo Campos 'esquece' até de Pernambuco
por Helena Sthephanowitz
Desde que bandeou-se para a oposição, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ficou ansioso para criticar toda e qualquer ação governamental, muitas vezes com pouca consistência, repetindo argumentos frágeis da oposição e da mídia tradicional.
No dia seguinte ao recente leilão do campo petrolífero de Libra, Campos disparou: "Acho que todos os brasileiros e brasileiras viram com muita decepção uma área gigante do pré-sal, o campo de Libra, ser leiloado pelo preço mínimo...". Depois de se sentir rebatido por uma declaração do ex-presidente Lula defendendo o êxito do leilão, o governador tentou polemizar: “Eu lamento. Acho que todos deviam lamentar, que uma riqueza expressiva não tenha tido a disputa, um leilão efetivamente, porque leilão é quando você tem mais de um ofertando preços maiores e com condições melhores para o país”.
A visão de Campos mostra despreparo para lidar com o assunto. Mostra também a pouca amplitude de sua visão e, sobretudo, sua adesão ao neoliberalismo tucano, para tratar com as questões do pré-sal. Haver grande disputa de lances no leilão não quer dizer que seja bom para a nação. Pelo contrário, poderia significar que as exigências mínimas do edital para preservar os interesses do povo brasileiro teriam sido frouxas demais e excessivamente dóceis às petroleiras privadas, atraindo um grande número de interessados no ganho fácil e compromisso quase nenhum.
Se houve no final do processo apenas um consórcio composto por cinco empresas de quatro países diferentes é porque as exigências iniciais do edital já foram grandes, mas bem dimensionadas, tanto para preservar os interesses da nação, como para não inviabilizar a operação comercial.
Para ter a ilusão de uma disputa acirrada, bastaria reduzir os percentuais mínimos de partilha, diminuir as obrigações de investimentos e estender prazos, além de reduzir as exigências de encomendas de equipamentos de fabricação nacional. Ou seja, deixar na mão invisível do mercado definir quais seriam esses percentuais. Mas isso é o que prega o neoliberalismo, com o governo deixando para o deus-mercado "precificar" os termos do leilão, em vez do governo, legítimo representante do povo brasileiro, fazê-lo.
A íntegra.
Do blog Viomundo.
Requião sustenta que entrega de Libra foi de 74%
Nesta sexta-feira (25/10/13) o senador Roberto Requião (PMDB/PR) voltou a falar do leilão do Campo de Libra, área localizada da Bacia de Santos (SP) com reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. “O petróleo encontrado em Libra tinha que ser explorado diretamente pelo Estado. Cem por cento do petróleo brasileiro para o Brasil, para o nosso desenvolvimento, para políticas de educação, saúde, desenvolvimento econômico do nosso país”, reforçou.
Desde o início, o senador foi contra o leilão e o contrato da partilha de produção da área adotado pelo Governo Federal. Para ele, trata-se de "uma privatização de burca, uma privatização envergonhada, uma privatização que não mostra a sua verdadeira face, a sua verdadeira natureza".
As empresas Shell e Total entraram com 20% de participação no leilão cada uma. As empresas chinesas Cnpc e Cnooc entraram cada uma com 10%. E a Petrobrás detém os outros 40%. "Temos 60% do projeto de Libra nas mãos de empresas estrangeiras. Mas não podemos esquecer que o governo do Fernando Henrique Cardoso vendeu na Bolsa de Nova Iorque 35% das ações da Petrobras", frisou.
A íntegra.