Pode procurar: na Globo, na Folha, na Veja etc. você não vai ler um relato informativo sobre os black blocs, só aqui, na internet. Novidade aqui, eles são antigos na Europa; levaram 33 anos para chegar ao Brasil.
Do saite da Deutsche Welle.
Polarizadores no Brasil, black blocs surgiram na Alemanha
Vestidos de negro e com rosto coberto, adeptos do movimento promovem o dano material como forma de protesto. Tática lhes rende, em várias partes do mundo, a alcunha de vândalos. Mas o que está por trás de suas ações?
No último dia 8 de outubro, ruas do centro do Rio de Janeiro amanheceram como se houvera acontecido ali uma batalha. Prédios tinham a fachada manchada por coquetéis molotov, ônibus estavam queimados, e agências bancárias, de tão danificadas, estavam inutilizáveis. Entre os estabelecimentos comerciais, eram poucos os que não tinham marcas de destruição. Nem a sede de um consulado, o de Angola, escapou da depredação.
Na noite anterior, centenas de professores haviam escolhido o local para protestar por melhores condições de trabalho. Não demorou, no entanto, até que a violência se instaurasse. A marcha pacífica durou precisamente até o momento em que um grupo vestido de negro, com capuzes e faixas cobrindo o rosto, se infiltrasse.
Os black blocs são um dos elementos mais polarizadores da série de protestos que desde meados do ano acontecem no Brasil. Têm como ideologia questionar a ordem vigente – opõem-se ao capitalismo e à globalização. Sua principal arma é promover o dano material, e seus alvos costumam ser bancos, empresas e sedes de instituições públicas.
"Os black blocs não agridem pessoas, mas símbolos do poder. Eles não se consideram violentos porque entendem que um objeto não é vítima de violência. Para eles, violenta é a polícia, que agride os manifestantes e, ao mesmo tempo, protege o patrimônio dos bancos", afirma o cientista político Pedro Fassoni Arruda, especialista em movimentos sociais da PUC-SP.
A íntegra.