Quem poderia imaginar um governo do PT usando o Exército contra movimentos sociais, para garantir um leilão de privatização?! Como fez Collor, há 22 anos, quando os movimentos sociais eram liderados pelo próprio PT?
No entanto, não é novidade, no mundo inteiro aconteceu isso: o melhor partido
para administrar o sistema para o capital é aquele que tem bases
populares. Assim como a função do Estado é investir dinheiro público para criar negócios lucrativos para as empresas privadas.
A estatal Petrobrás -- porque não foi privatizada pelo governo tucano de FHC -- descobriu o pré-sal e agora o governo -- petista! -- entrega a exploração do campo de Libra para a iniciativa privada. A lógica do capitalismo é esta, despesas socializadas (pelo Estado) e lucros privados (para os grandes acionistas donos das poucas corporações que controlam a economia mundial).
Ou será que o neoliberalismo petista é diferente do neoliberalismo tucano?
As visões do senador Roberto Requião, um raro caso de integridade no Senado, do PT dos trabalhadores e de um sino-petista. E a análise imprescindível da Carta Maior.
PS: E aqui a análise do Luís Nassif: falta dinheiro para o Brasil explorar pré-sal, mas as precauções foram tomadas; o projeto do PT não é o projeto entreguista do PSDB.
Do saite do senador Roberto Requião via blog Viomundo.
Requião se diz perplexo com uso do Exército e leilão sem debate
Para Requião, leilão do Campo de Libra é um crime contra o Brasil
"O que está acontecendo no Brasil? O Governo quer leiloar o campo petrolífero de Libra, que pode ter 15 bilhões de barris de petróleo, e não tem justificativa nenhuma para isso", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR). "Estão entregando o petróleo brasileiro, mesmo depois do escândalo da espionagem da Petrobrás, do Ministério dos Transportes e até do telefone particular da presidente Dilma (Rousseff)", completou.
Para Requião, o leilão do Campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, "é um crime contra o Brasil. Um absurdo". Ele comunicou que, junto com os senadores Pedro Simon (PMDB/RS) e Randolfe Rodrigues (Psol/AP), há mais de um mês entrou com um projeto de decreto legislativo para anular a licitação. No entanto, o projeto não tramitou no Senado.
"Isto está causando a indignação dos movimentos populares, dos setores mais esclarecidos do país. Mas a imprensa toda está a favor do entreguismo. Porque na verdade, hoje, PSDB e PSB estão todos nesta visão entreguista. Eles querem só derrubar o PT para fazer o mesmo, mas sem os programas sociais", afirmou."Eu pergunto a você, que como eu votou e lutou pela Dilma: era isso que a gente esperava? E eu pergunto ao PT: foi isso que nós propusemos na campanha? E eu pergunto ao PMDB: foi por isso que nós apoiamos a presidente Dilma? Não. Não foi."
A íntegra.
Do saite da CUT, via blog Viomundo.
Petroleiros em greve explicam oposição ao leilão de Libra
Para federação, governo brasileiro erra ao não considerar petróleo estratégico para as próximas décadas Por Luiz Carvalho
Na próxima segunda-feira (21), o governo brasileiro promove o leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro, o primeiro após a descoberta do pré-sal.
A área que fica a 183 km da costa carioca será disputada por empresas de 10 nacionalidades: as chinesas Cnooc International Limited e China National Petroleum Corporation -- CNPC, a colombiana Ecopetrol, a japonesa Mitsui & CO, a indiana Onbc Videsh, a portuguesa Petroga, a malasiana Petronas, a híspano-chinesa Respsol/Sinopec, a anglo-holandesa Shell, além da própria Petrobrás*.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo tem capacidade de produção entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a toda a reserva nacional – em torno de 14 bilhões – e renderia mais de dois trilhões de dólares ao país.
Diante de tamanho potencial, a FUP comanda uma mobilização para suspender a licitação e cobrar que a riqueza fique em território nacional.
Como parte da mobilização, iniciou uma greve por tempo indeterminado no último dia 16, que atinge 90% de todo o sistema Petrobrás.
A íntegra.
Do saite Página 13 via blog Viomundo.
Pomar: Parceria com a China é um bom negócio para o Brasil
Pré-Sal: Ficção e Realidade
Por Wladimir Pomar
Oitenta entidades representativas dos movimentos sociais, com a certeza de estarem imbuídas da "vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais", enviaram carta a Dilma para suspender o leilão das reservas do pré-sal, previsto para o dia 21 de outubro de 2013.
Nesse meio tempo, porém, ocorreu algo inusitado. A Exxon, a British Petroleum (BP) e a British Gas (BG), três das maiores gigantes da área internacional de petróleo, anunciaram que não têm interesse em participar do leilão do Campo de Libra.
Além disso, das 40 empresas que a ANP esperava disputarem o leilão, somente 11 pagaram a taxa de participação. Com isso, grande parte dos argumentos expendidos pelas entidades sociais desceu água abaixo, e muita gente está sem entender o que ocorreu.
Alguns especialistas do setor dizem que um dos fatores que afastaram as petroleiras americanas e inglesas teria sido a presença obrigatória de uma operadora, no caso a Petrobras, durante exploração. O problema não seria o trabalho da Petrobrás, em si, mas o fato de que as grandes empresas transnacionais só têm interesse em entrar como operadoras do negócio. Isto é algo para o qual as entidades sociais parecem não ter dado atenção.
A participação obrigatória da Petrobras subordina as estrangeiras, e as transnacionais têm horror a isso. Não é por acaso que cresce a campanha contra a interferência do Estado na economia.
A íntegra.
Da Agência Carta Maior.
Libra não é só petróleo
Em todo mundo o discurso conservador subsiste em estado comatoso. O empenho é para injetar sobrevida ao defunto, resistir e desgastar o anseio de mudança.
Por Saul Leblon
Quando o extraordinário acontece, as lentes da rotina já não conseguem explicar a vida. A "redescoberta" de Marx, é mais que uma redescoberta intelectual. Essa é a hora em que o preconceito histórico inoculado contra o socialismo perde força. Até nos EUA.
Uma pesquisa feita pela Pew Research, no final de 2011, tentou medir esse ponto de mutação. Os resultados foram significativos:
a) na faixa etária entre 19 e 28 anos a menção ao "socialismo" encontra receptividade favorável entre 49% dos jovens norte-americanos (entre 43% ela é negativa).
b) entre a população negra – açoitada pela crise – os dados são ainda mais expressivos: respectivamente 55% de aprovação; 36%, rejeição.
c) a mesma medição, agora para "capitalismo", obteve os seguintes percentuais nos grupos mencionados: 46% e 47%, entre os jovens; e 41% favorável e 51% negativo, entre os negros.
A íntegra.