quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Agronegócio, agrotóxicos e a extinção das abelhas

A propósito da última vitória da bancada ruralista. 

Do Viomundo 
"Câncer" das abelhas tem relação com pesticidas e fungicidas 
Por Heloisa Villela

Elas desapareceram sem deixar pista. E continuaram sumindo, todos os anos, no inverno. Quando os apicultores da Flórida e da Califórnia iam checar, encontravam apenas as abelhas mais novinhas, recém-nascidas, e a rainha, que não deixa a colmeia por nada nesse mundo.
O restante da população tinha sumido, deixando para trás a comunidade e um grupo de especialistas sem saber o que fazer. De início eles conseguiram apenas dar nome ao fenômeno: Colony Colapse Disease, ou Doença do Colapso da Colmeia (CCD).
Há sete anos, Dennis van Engelsdorp se debruça sobre o problema que se tornou um grande quebra-cabeças.
Tão complexo que no fim deste mês ele vai ao Brasil a convite da Fundação Gates para participar de um seminário sobre Mulheres e Pobreza. E as abelhas com isso? Foi exatamente o que eu perguntei. Enquanto preenchia a papelada para pedir o visto brasileiro à Embaixada em Washington, ele esclareceu:
– Vou falar sobre como tentar resolver problemas complicados que parecem simples.
Ah, entendi!
O problema que parece simples consome o pesquisador e apicultor há quase uma década. Mas agora, ele está chegando mais perto das respostas.
Hoje, as plantações de milho e soja, cada vez mais extensas, não são mais cercadas de cultivos variados, como antes. As abelhas têm uma variedade cada vez menor de alimentos à disposição.
Os pesticidas usados na agricultura se espalham para além das áreas de cultivo. Os fungicidas, que pareciam inofensivos para as abelhas, se mostraram um risco.
A íntegra