A propósito da última vitória da bancada ruralista.
Do Viomundo
"Câncer" das abelhas tem relação com pesticidas e fungicidas
Por Heloisa Villela
Elas desapareceram sem deixar pista. E continuaram sumindo, todos os
anos, no inverno. Quando os apicultores da Flórida e da Califórnia iam
checar, encontravam apenas as abelhas mais novinhas, recém-nascidas, e a
rainha, que não deixa a colmeia por nada nesse mundo.
O restante da população tinha sumido, deixando para trás a comunidade
e um grupo de especialistas sem saber o que fazer. De início eles
conseguiram apenas dar nome ao fenômeno: Colony Colapse Disease, ou
Doença do Colapso da Colmeia (CCD).
Há sete anos, Dennis van Engelsdorp se debruça sobre o problema que se tornou um grande quebra-cabeças.
Tão complexo que no fim deste mês ele vai ao Brasil a convite da
Fundação Gates para participar de um seminário sobre Mulheres e Pobreza.
E as abelhas com isso? Foi exatamente o que eu perguntei. Enquanto
preenchia a papelada para pedir o visto brasileiro à Embaixada em
Washington, ele esclareceu:
– Vou falar sobre como tentar resolver problemas complicados que parecem simples.
Ah, entendi!
O problema que parece simples consome o pesquisador e apicultor há
quase uma década. Mas agora, ele está chegando mais perto das respostas.
Hoje, as plantações de milho e soja, cada vez mais extensas, não são mais cercadas de cultivos variados, como antes. As abelhas têm uma variedade cada vez menor de alimentos à disposição.
Os pesticidas usados na agricultura se espalham para além das áreas de cultivo. Os fungicidas, que pareciam inofensivos para as abelhas, se mostraram um risco.
A íntegra.