PMDB é o partido do lobby das mineradoras, que inclui Sarney, Romero Juca (RR), Eduardo Cunha (RJ), Leonardo Quintão (MG) e outros parlamentares. Tem até filho do ministro das Minas e Energia: Lobão Filho, dono de uma mineradora! O Estado brasileiro é mesmo um negócio que passa de pai para filho. Quintão, relator do projeto do novo código, aumentou seu patrimônio oito vezes em oito anos: de R$ 314 mil para R$ 2,6 milhões, entre 2002 e 2010. Virou milionário, que nem o prefeito Lacerda, já pode ser prefeito de BH! Não é à toa que Minas Gerais e Amazônia vão sendo destruídos pela mineração, a riqueza que "lota trens e navios e vai para o Japão", como disse o ex-presidente FHC ao privatizar a Vale, que segundo ele, "não produz riqueza nenhuma". Ele tinha razão: a mineração não produz riqueza para o Brasil, só para os donos de mineradoras e seus políticos. Para os outros brasileiros ficam os buracos, o desmatamento, as espécies extintas e as populações locais removidas, prejudicadas.
Da Pública - Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo.
Teia de interesses liga políticos a mineradoras em debate sobre novo Código
Em regime de urgência para votação, novo marco alavanca negócios bilionários, defendidos pela bancada da mineração; em risco, o futuro das reservas, do ambiente e de comunidades tradicionais
Por Alceu Luís Castilho
As veias do Brasil continuam abertas. De olho nelas, os políticos. Diferentemente da bancada ruralista, os parlamentares ligados à mineração orbitam em torno do poder do PMDB no setor. Mas um PMDB ampliado, com parceiros em outros partidos. A Frente Parlamentar da Mineração Brasileira, com 196 membros, é uma pista falsa sobre o tema. Traz até políticos que criticam abertamente o loteamento no setor. Fomos atrás da história real. E bem mais intrincada.
Dono de uma empresa de mineração, a Vale do Sol, um dos senadores da real bancada da mineração atende pelo nome de Edison Lobão Filho (PMDB-MA). Ele é filho do ministro das Minas e Energia. Outro senador, autor de projeto de lei que autoriza a mineração em terras indígenas, é investigado pela Procuradoria Geral da República, acusado de beneficiar a Vale S/A, a maior mineradora do Brasil, segunda do mundo. Chama-se Romero Jucá (PMDB-RR). O caso foi parar, no fim de agosto, no gabinete do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Deputados responsáveis pela discussão do novo Código da Mineração indicam políticos para as superintendências do Departamento Nacional de Produção Mineral. O DNPM é um órgão responsável pelas autorizações e fiscalizações no setor. Gera royalties que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano. Alguns destes superintendentes são alvos de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. Sob a acusação de beneficiarem empresas mineradoras e até políticos.
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