As elites brasileiras sempre foram corruptas. A frase corre na boca do povo: "Isso não vai dar em nada, os ricos compram a justiça". Isso pouco mudou. Os governos do PT são provavelmente os mais honestos da história brasileira, o erro do partido foi pensar que podia fazer como os outros e usar o esquema tucano de caixa dois de campanha, montado em Minas por Marcos Valério para Eduardo Azeredo. Um deputado insatisfeito e sem credibilidade abriu a boca, mas tudo poderia ser contido, se imprensa e justiça levassem o seu, como de costume. Não foi o que aconteceu; neófito no clube dos poderosos, o PT -- por ser o partido dos trabalhadores -- é rejeitado, odiado e perseguido pela direita, especialmente pela imprensa protofascista.
A história cresceu, na onda de denúncias e escândalos que alimenta a "grande" imprensa brasileira desde o impeachment de Collor, quando ela provou o gostinho de sangue, inventando e depois derrubando um presidente. O caixa dois foi transformando em "mensalão" para escandalizar mais, já que caixa dois "todos os políticos fazem". Joaquim Barbosa (como demonstrou brilhantemente a revista Retrato do Brasil) nem se deu o trabalho de ler o processo, ignorou as provas da defesa e condenou contra os autos: a decisão já tinha sido tomada no tribunal da opinião pública, o "julgamento" feito por Globo, Veja, Folha etc. Enquanto isso, tucanos continuam impunes, como sempre.
Resume-se a isso o "mensalão", que, como a anedota dos dois padres e da moça carregada na garupa por um deles na travessia do rio, ficou lá atrás, mas a direita não o esquece e continua carregando-o como sua única bandeira, porque, no mais, faz e faria igual ou pior do que os governos petistas. Alguma coisa boa Lula, Dilma e o PT fizeram pelo País nesses dez anos, enquanto a "grande imprensa" degenerou, a direita degenerou, a justiça degenerou -- nunca tivemos um STF tão desqualificado e desavergonhadamente parcial, politiqueiro.
As ruas não estão com essa gente nem querem voltar ao que era antes de 2002, querem ir além do que o PT fez até 2013. Tucanos que compram a justiça e STF corrompido representam o que o Brasil sempre teve de pior e, apesar de dez anos de governos petistas, pouco mudou.
Do blog Viomundo.
Rogério Correia: Só falta o Gurgel assinar a ficha do PSDB
Por Conceição Lemes
De uma coisa Roberto Gurgel não pode ser acusado: incoerência. Até o finalzinho do seu mandato como procurador-geral da República, ele foi fiel aos tucanos. A decisão a favor do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que será candidato à presidência da República em 2014, é mais uma prova inequívoca disso.
Depois de manter na gaveta o pedido de investigação contra Aécio e a irmã, Andrea Neves, por dois anos e quase dois meses, Gurgel mandou arquivá-lo em 23 de julho.
Em 31 de maio de 2011, os deputados estaduais de Minas Gerais Rogério Correia (PT) e os colegas Luiz Sávio de Souza Cruz e Antônio Júlio, ambos do PMDB, e entregaram pessoalmente a Gurgel representação denunciando Aécio e Andrea, por ocultação de patrimônio e sonegação fiscal (detalhes aqui ).
Em seu parecer determinando o arquivamento, Gurgel escreveu:
"Ao contrário, os documentos constantes dos autos comprovam que o representado declarou o seu patrimônio à Justiça Eleitoral. Tanto assim é verdade que a relação de bens apresentada pelos noticiantes foi extraída exatamente do site do Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com esses mesmos documentos, o patrimônio foi constituído, em sua grande parte, antes que o noticiado assumisse o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, não se podendo dizer que foi fruto de eventual beneficio havido no exercício do cargo."
Rogério Correia lamenta a decisão.
"Na sua saída, Gurgel abriu inquérito contra deus e o mundo, menos contra os tucanos, em especial o Aécio Neves. Foi um ato político dele, partidário, mesmo”, denuncia Correia. “Enfim, o que temíamos aconteceu. Arquivou sem ao menos abrir inquérito para investigar. Agora só falta Gurgel assinar a ficha de filiação ao PSDB."
A íntegra.
Da Carta Capital.
Marconi Perillo usa a Justiça de Goiás para calar a verdade
Por Leandro Fortes
Na semana passada, a principal voz da oposição na Assembleia Legislativa de Goiás foi calada pelo judiciário local por influência e força do governador Marconi Perillo, do PSDB. Em 7 de agosto, o juiz Ricardo Teixeira Lemos, da 7a. Vara Cível de Goiânia, concedeu liminar determinando que o deputado estadual Mauro Rubem (PT) retire das redes sociais qualquer menção à reportagem de CartaCapital publicada em abril, sobre a central de grampos ilegais montada para atender aos interesses políticos e pessoais de Perillo.
No Twitter, logo depois da publicação da reportagem, o parlamentar havia escrito: "Com a central de grampos montada por Marconi Perillo, o ciclo da quadrilha de Marconi e Cachoeira se fecha".
O processo foi protocolado em 11 de junho, a decisão liminar foi dada em 12 de julho, mas o deputado só foi notificado há 15 dias. Segundo o deputado,como não houve sequer intimação judicial, tudo correu à revelia, sem direito de defesa.
A íntegra.