segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Mário Covas e as propinas do metrô

Como diz a matéria abaixo, a caminhada tucana para a direita teria muito a ver com sua morte, como se as privatizações tivessem sido equívocos bem-intencionados, mas parece que não foi bem assim. Tem quem pense que Marina Silva já é a candidata da oposição conservadora.

Do Diário do Centro do Mundo.
O fator Covas no escândalo do metrô  
"Covas era detalhista. Uma vez eu estava com ele e, sobre a mesa, havia um monte de processos de concorrência, uma pilha enorme. A gente estava conversando e eu falei: 'Mario, você está lendo processos de concorrência?' Ele respondeu: 'É, isso aqui é importante. São estradas vicinais'. 
Eu falei: 'Não acredito que você esteja lendo um por um'. E ele: 'Eu vejo todos. Mesmo que tenha que ficar aqui a noite inteira, eu não deixo de ler'. Ele tinha fixação em acompanhar tudo de perto."
O depoimento acima é do jornalista Miguel Jorge, e se refere a Mário Covas, fundador e reserva moral do PSDB.
Morto em 2001, aos 71 anos, Covas ainda hoje é chorado. Muitos atribuem à sua ausência a guinada à direita vale tudo do PSDB sob Serra.
Mas agora seu legado está sendo forçado a uma penosa revisão, no rastro do escândalo das propinas pagas a autoridades tucanas por grandes empresas estrangeiras para a conquista de obras multimilionárias no metrô de São Paulo. Duas companhias se destacam no caso, a alemã Siemens e a francesa Alstom.
O problema póstumo de Covas aparece na forma de um nome ao mesmo tempo estreitamente vinculado às propinas e a ele próprio: Robson Marinho.
Marinho, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, órgão incumbido de investigar as contas do governo de São Paulo, teve uma longa parceria com Covas.
Pertenceu ao grupo de Covas na Constituinte da segunda metade dos anos 1980. Coordenou, depois, a campanha que levaria Covas ao governo paulista. Foi indicado no novo governo para o cargo mais importante entre todos – o de chefe da Casa Civil.
A íntegra.