Aflito para condenar sem provas, no julgamento farsa que montou, o presidente do STF subitamente perdeu a pressa quando a votação ficou desfavorável ao seu voto. Esta é a (corte suprema da) justiça que temos. Não fica devendo nada -- é até mais arbitrária -- do que o tribunal português que condenou Tiradentes à forca, conforme análise do historiador britânico Kenneth Maxwell. Como votará o ministro Celso de Mello, que já se manifestou a favor dos "embargos infringentes", mas agora está sob fogo cerrado dos velhacos?
Do blog Escrevinhador.
Novatos, velhos e velhacos
por Rodrigo Vianna
Os embargos infringentes permitiriam uma análise menos passional do chamado "Mensalão". Qual prova levou à condenação de Dirceu? O STF precisa explicar.
Barbosa precisa explicar também por que tirou da ação principal dois diretores do Banco do Brasil (ligados ao PSDB) que assinaram as liberações de verba para a agência de Marcos Valério. Henrique Pizzolato, petista, está no "Mensalão". Foi condenado. Os outros, ligados aos tucanos, não foram a julgamento. Por que? Porque isso desmontaria a tese de Barbosa, que passa pelo uso do dinheiro da Visanet pela "quadrilha petista".
A história do "Mensalão" não fecha. Quem pede mais tempo para compreender os meandros dessa história é agora chamado de "novato".
Curiosamente, Barbosa perdeu a pressa na quarta dia 11 (quando a votação ficou em 4 x2). Estrategicamente, parou tudo, e nos bastidores operaram-se pressões de toda sorte para barrar os embargos que seriam decididos em nova rodada de cotos no dia seguinte. Na quinta 12 (com o placar em 5 x 5), Barbosa também perdeu a pressa. Faltava o voto de Celso de Melo pra fechar a história. Celso já anunciou que tem a decisão tomada. Já se manifestou publicamente a favor dos embargos. Mas até quarta estará sujeito a todo tipo de pressão.
Celso de Melo é o mais antigo dos ministros. Não é novato. Manterá a opinião firme – contra o fogo cruzado midiático? Agirá como velho sábio ou como velhaco?
A íntegra.