Do Diário do Centro do Mundo.
Só os brasileiros levam a sério a Economist
Paulo Nogueira
Uma das primeiras coisas que aprendi ao chegar a Londres, em 2009, é
que ninguém dá a menor bola para a Economist. A revista, idolatrada no
Brasil, é simplesmente ignorada em sua terra.
Ninguém fala nela. Você não encontra no metrô ou no ônibus gente a
lendo. Jornalistas de primeira linha não trabalham nela – mas na BBC, no
Guardian, no Times, ou mesmo em tabloides como o Sun. A Economist, de
certa forma, é hoje uma invenção brasileira.
Rio comigo mesmo quando vejo, como agora, a repercussão intensa de alguma reportagem da Economist sobre o Brasil.
É uma prova de imensa caipirice nacional. Lembro uma vez em que fui a
Rio Claro, no interior de São Paulo, quando dirigia a Exame. Fui nota
na coluna social do principal jornal da cidade, e fui tratado como um
Platão. Só para minha mãe, ou talvez nem para ela, eu fazia jus a tanta
deferência.
A íntegra.