O prefeito Haddad decidiu abrir a caixa-preta do sistema em São Paulo. Todos os prefeitos devem seguir seu exemplo. O sistema é ruim e caro para dar lucro a empresários gananciosos e financiar campanhas de políticos corruptos. Juntos, formam uma espécie de máfia. Existem muitas controlando órgãos de governos, operando no Congresso, nas assembleias estaduais e câmaras municipais. Não é coisa de pequenos nem de marginais, mas de graúdos e poderosos, de várias formas e interesses diversos.
Um sistema efetivamente público e controlado pela participação popular pode ser eficiente e gratuito.
Do portal GGN.
A crise força a abertura da caixa preta dos ônibus
Luís Nassif
A decisão do prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, de cancelar a licitação de ônibus, montar um conselho e abrir as planilhas de custos do sistema, permitirá, pela primeira vez, escancarar a maior caixa preta do sistema público: as companhias municipais de transporte.
Ontem, no meu Blog, um comentarista contava a história esdrúxula. Uma criança foi atropelada por um ônibus. A mãe entrou com uma ação de indenização. Conseguiu a sentença final. Como não houve o pagamento espontâneo, tentou bloquear bens da empresa. Para sua surpresa, a empresa tinha se evaporado.
Trata-se de fato comum no meio. Montam-se empresas que, muitas vezes, conseguem contratos por métodos não ortodoxos. Essas empresas acumulam dívidas trabalhistas, fiscais e com fornecedores e são passadas para frente, para laranjas, ou simplesmente evaporam.
Algumas grandes fortunas se fazem com esse modelo, ou se mantendo na clandestinidade, ou evoluindo para a economia formal – praticamente o salto inicial da companhia aérea Gol se deu através desse processo cinza de acumulação de capital.
Praticamente nenhum partido manteve-se imune às relações suspeitas com as empresas de ônibus. A iniciativa de Haddad poderá por um fim a essa promiscuidade.
A íntegra.