Está todo mundo tentando entender as manifestações no Brasil -- abaixo algumas análises interessantes. Poucos são os que, a esta altura, ousam criticá-las, como o empresário Eduardo Guimarães.
O que quase todos se perguntam é o que querem os manifestantes, em geral jovens, e no que vai dar tudo isso. Por ser espontâneo e estranho a sindicatos, associações e partidos, o movimento não tem direção.
Penso que, no entanto, algumas bandeiras estão se impondo, como consequência do próprias manifestações. Se elas forem alcançadas, muito terá sido ganho -- embora o ganho maior já tenha sido atingido: é a consciência do povo sobre o seu poder.
As bandeiras:
1) Pela extinção das atuais polícias herdadas da ditadura e criação de uma nova polícia civil da democracia, não como uma concessão eventual de um governante, mas como instituição para garantir o exercício da cidadania e das liberdades;
2) Por transportes públicos coletivos de qualidade gratuitos em vez do atual sistema que privilegia o transporte individual;
3) Pela participação popular nos orçamentos dos governos em todos os níveis, de forma a escolher em que o Estado investe seus recursos;
4) Por novas formas de participação do povo nas decisões dos governos, uma vez que é mais do que sabido e está afirmado pela população nas ruas que os políticos eleitos de quatro em quatro anos não nos representam: pela democracia direta, pela incorporação da internet, de votações online e plebiscitos frequentes.
Algumas análises:
Uma noite daquelas
Olha a polícia da ditadura!
Cuidado com a jaborização das manifestações
As redes, as ruas e os riscos da incerteza
Uma coerência maldita entre mídia e governo diante das manifestações em São Paulo
A moçada condenou todos os símbolos de poder
Dizei-me com quem andais que vos direi quem sois