As polícias militares são estaduais. Se os governadores não querem violência, basta que dêem ordem aos seus comandantes para que não atirem balas nem bombas contra manifestantes pacíficos e ao mesmo tempo prendam os manifestantes violentos.
Como as imagens e depoimentos têm mostrado, a atuação de diversas polícias -- especialmente as de Minas e São Paulo -- é o contrário disso: batem covardemente nos manifestantes pacíficos e permitem a atuação livre dos baderneiros, obviamente provocadores -- aquele brancão sarado e bem vestido que depredou a prefeitura de São Paulo, por exemplo, foi liberado "por falta de provas".
Basta que os governos alinhados ao governo federal atuem dessa forma, para distinguir dois padrões de comportamento e evidenciar o caráter político das manifestações violentas e do apoio a estas pela imprensa de direita.
Do Spresso SP.
Periferia em alerta: diante das mobilizações nacionais, coletivos criam frente periférica contra fascistas
Por Sâmia Gabriela Teixeira
Cerca de cem artistas, lideranças comunitárias, militantes de coletivos culturais e movimentos sociais das periferias de São Paulo se reuniram na última sexta-feira (21/6/13) para discutir o atual cenário político do país, avaliado pelos presentes como imprevisível e alarmante, e criar uma frente periférica antifascistas e golpistas.
O receio da má informação que a grande imprensa e os canais na internet podem passar também é uma preocupação geral entre as lideranças. Jair, militante da região, ressaltou "a importância de desconstruir notícias falsas e eventos suspeitos na rede virtual", citando a reportagem fictícia que afirma a suposta intenção presidencial de bloquear o acesso à internet no Brasil, e a "greve geral" convocada nas redes sociais. O criador do evento, também dono da página do nebuloso PSPC (Partido da Segurança Pública e Cidadania), aparece em foto do perfil portando arma e defendendo, publicamente, campanha pró-armamento.
Contra essa movimentação de contornos fascistas nas redes, Hamilton, do coletivo cultural do Teatro dos Oprimidos, acredita que é urgente consolidar a união das redes das periferias, e fortalecer o trabalho verdadeiro dos militantes. "É urgente. O que eu sinto é que estou prestes a perder a minha voz. Temos de usar a cultura, arte e política como elemento aglutinador, e não aceitar ações de antipartidarismo, tão contraditório e antidemocrático."
A íntegra.