Uma características dos protestos dos últimos dias é que a polícia ficou passiva diante das depredações e violências, e ao mesmo tempo agrediu manifestantes pacíficos.
Um brancão sarado e bem vestido quebrou a prefeitura de SP e a PM ficou olhando. Encapuzados quebraram vidros do Itamaraty e do Congresso e a PM ficou olhando. Outros mascarados alucinados espancaram militantes de esquerda, puseram fogo em bandeiras e as jogaram na multidão e a PM ficou olhando. Jovens marcharam pacificamente em direção aos estádios da fifa cantando o hino nacional e a PM baixou o porrete, jogou bombas de gás lacrimogênio, atirou balas de borracha, esguinchou gás de pimenta.
O fascismo prospera assim, agindo com violência, com conivência ou proteção da polícia. Primeiro contra a esquerda; depois contra o centro; por último contra a direita mesmo, porque seu objetivo é monopolizar o poder. Fingem que não têm partido, que são "patriotas", mas têm: o partido do medo, do terror, da morte.
Do portal GGN.
Mascarados iniciam confusão no sétimo ato contra a tarifa em São Paulo
Mário Bentes
Um grupo não identificado iniciou uma confusão generalizada na noite desta quinta-feira (20/6/13), na Avenida Paulista, durante o sétimo ato contra a tarifa do transporte coletivo de São Paulo, ocasião em que o Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas com simpatizantes para comemorar a revogação do valor da passagem de R$ 3,20 para R$ 3. A confusão começou por volta de 19h, quando um grupo de homens, em sua maioria mascarados, começou a insultar com palavrões e gritos contra militantes de partidos como PT, PCdoB, PCO e de movimentos sociais, como MST.
Aos berros, os mascarados direcionavam basicamente os insultos aos petistas, que ao lado de membros de outros partidos, faziam uma corrente humana atrás de outros manifestantes que acompanhavam o pelotão de frente do MPL. "Mensaleiros", "ladrões" e palavras de baixo calão eram repetidas à exaustão. Apesar do clima tenso, alguns militantes do PT tentavam pedir calma e alegavam ter participado desde o começo das manifestações em São Paulo contra a tarifa. Pessoas não ligadas aos partidos hostilizados que acompanhavam a caminhada pelas calçadas, pediam calma aos mais exaltados.
O clima ficou mais pesado quando alguns dos mascarados começaram a lançar latas de cerveja e garrafas de água mineral contra o grupo, que não chegou a revidar naquele momento. Partidários do PT pediam que eles retirassem as máscaras para conversar – o que foi respondido com mais palavrões. Mas a discussão acalorada perdeu o controle quando, já chegando em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), um dos mascarados puxou uma das bandeiras e começou a rasgá-la, atitude que foi acompanhada de outras pessoas sem máscara. Os membros dos partidos tentaram, em vão, evitar a destruição das bandeiras.
Daí em diante, houve empurra-empurra entre partidários e os grupo auto-declarado "sem partido". Houve pancadaria em certas ocasiões, que eram separadas pelos dois lados. Depois de alguns minutos, as bandeiras dos partidos e movimentos sociais começaram a ser arrancadas dos militantes e queimadas. Por várias vezes, os mascarados lançaram as bandeiras em chamas contra a multidão à frente, formada basicamente por homens e mulheres do PT, PCO, PCdoB e MST. Algumas pessoas ficaram feridas, entre eles um homem branco, de cabeça raspada, que se envolveu em luta corporal. Sangrando na testa, ele foi retirado do local por pessoas próximas, sendo acompanhado pela imprensa.
Depois de quase uma hora de confusão, poucas bandeiras restavam inteiras. Muitas ainda ardiam em chamas no meio da avenida Paulista e nos canteiros centrais quando os partidários começaram a se dispersar. A reportagem do Jornal GGN acompanhou as confusões de diferentes pontos e não observou, em nenhum momento, qualquer tentativa da Polícia Militar, que estava dividida em grupos nas calçadas, de intervir na violência. Alguns jornalistas também foram empurrados e atingidos por latas de cerveja, garrafas de água e outros objetos durante o confronto.
A íntegra.