segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os campos de concentração de indígenas em Minas Gerais durante a ditadura

Foram administrados pela polícia militar. A PM foi moldada durante a ditadura para servir aos militares que controlavam o governo. E foram mantidas intactas depois que os generais se recolheram aos quartéis. A mais alta patente nas polícias militares é a de coronel, justamente para caracterizar sua subordinação ao Exército: o comandante da PM, um coronel, obedece aos generais, patente superior. O caráter militar das polícias estaduais é um anacronismo que precisa ser extinto na democracia. 

Da Pública Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo.
Ditadura criou cadeias para índios com trabalhos forçados e tortura 
Por André Campos
Durante os anos de chumbo, após o golpe de 1964, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios considerados "infratores". Para lá foram levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por policiais militares. Sobre eles recaem diversas denúncias de violações de direitos humanos.
Os "campos de concentração" étnicos em Minas Gerais representaram uma radicalização de práticas repressivas que já existiam na época do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) – órgão federal, criado em 1910, substituído pela Funai em 1967. Em diversas aldeias, os servidores do SPI, muitos deles de origem militar, implantaram castigos cruéis e cadeias desumanas para prender índios.
A íntegra.