sexta-feira, 7 de junho de 2013

Crise, corte de despesas sociais e perdão a dívidas das empresas

Não é exagero nem figura de retórica dizer que a crise capitalista é intencional e serve para concentrar ainda mais o capital. Desde o século XIX.
Enquanto milhões de trabalhadores ficam desempregados, as empresas maiores compram as menores e seus donos ficam ainda mais ricas. E sonegam impostos, como mostra esta campanha da Avaaz.
Os governos intervêm cortando despesas sociais e concedendo incentivos às empresas. E perdoando suas dívidas e falcatruas.
O dinheiro da sonegação equivale a três salários mínimos brasileiros para cada família do mundo!
Governos nacionais eleitos pelos trabalhadores (maioria da população) funcionam como órgãos que administram os negócios do capital (minoria tão pequena que não tem votos suficientes para eleger um presidente).
Eleições na democracia capitalista são um teatro em que os candidatos prometem fazer tudo pela maioria de trabalhadores para conquistar seus votos, necessários para elegê-los, mas, uma vez eleitos, governam para a minoria de ricos. Os mais espertos, mais carismáticos, mais bonitos e que falam melhor são por isso os melhores candidatos dos ricos.
O ex-presidente Lula denunciou esta contradição ("Somos eleitos pelos mais pobres, mas quem tem acesso aos gabinetes são os mais ricos") e suas consequências ("Os que têm acesso ao orçamento são gananciosos, querem todo o dinheiro para eles, e não fica nada para os pobres. Essa é uma experiência muito rica que eu vivi aqui no Brasil"), mas ele mesmo e seu partido entraram no esquema, para chegar ao poder, porque é assim que o sistema funciona.
As divergências entre os partidos -- como também reconheceu o sincero presidente ex-operário -- são em relação à quantidade de migalhas do banquete do capital que serão dadas aos pobres, para que continuem acreditando no sistema, não se revoltem nem parem de votar.
Quem dá mais aos pobres geralmente é eleito, como mostram esses três governos petistas, mas também é chamado de populista e enfrenta o rancor dos setores empresariais mais reacionários, no Brasil representados pela "grande" imprensa.
Corrupção é o mecanismo pelo qual os ricos compram os políticos para que, em vez de cumprir o que prometeram, façam o que o capital quer. É parte inseparável do sistema.
Imprensa e propaganda são mecanismos pelos quais os governos e os ricos convencem a maioria de que tudo que fazem é para eles, é o melhor ou não tem outro jeito.
É uma benção para os trabalhadores ter no poder um governo que, nos momentos de crise, lhes dá mais migalhas do que os neoliberais adeptos dos cortes e da recessão, como acontece na Europa.
Algumas migalhas a mais, como mostra a distribuição de renda na última década (aumento do salário mínimo, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular, escolas técnicas etc., e principalmente emprego), fazem muita diferença para quem se esforça todos os dias para comprar comida, remédios, roupa, pagar aluguel, transporte e criar os filhos.
E bate o bumbo!

Da Avaaz.
Uma chance de um trilhão de dólares
Neste final de semana, os governos do mundo vão discutir sobre a possibilidade de tapar um buraco gigantesco de 1 trilhão de dólares anuais em evasão de impostos por grandes empresas. É dinheiro suficiente para acabar com a pobreza, colocar todas as crianças do mundo em escolas e duplicar os investimentos em tecnologias verdes! A maioria dos governos quer que as multinacionais poderosas paguem estes impostos, mas os EUA e o Canadá estão em cima do muro. Para conseguirmos um acordo, precisamos garantir que eles sintam a nossa pressão.
1 trilhão de dólares é mais do que todos os países do mundo gastam com forças armadas. É um valor maior que o orçamento de 176 nações. São 1.000 dólares para cada família que habita este planeta. E, acreditem ou não, é a quantidade de dinheiro que as maiores empresas e as pessoas mais ricas do mundo sonegam anualmente.
A íntegra.