E levar 100 mil produtores rurais a Brasília, para começar uma guerra civil.
Notícia grave que mostra a força no Congresso dos ruralistas, completamente desproporcional à sua participação na população brasileira. Não passam de cem mas fazem barulho de cem milhões e contam com a "grande" imprensa para amplificar sua voz.
E, ao contrário da ameaça do porta-voz de que "vão se armar", estão armados e matando há tempos, impunemente, como mostra o noticiário. Por meio de polícias privadas e públicas.
Imagina se um líder do MST ameaça deflagrar uma guerra civil, o que
aconteceria? A "grande" imprensa faria manchetes e pediria sua prisão.
Do Valor via Unisinos.
Ruralistas organizam paralisação nacional
Os ruralistas no Congresso Nacional articulam um movimento nacional de paralisação para o próximo dia 14. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) encaminhou uma solicitação nesse sentido a todas as federações de agricultura de Estados em que há conflitos com indígenas.
Os ruralistas alertam para a possibilidade de uma guerra civil envolvendo produtores rurais e indígenas no país e afirmam que há interesses econômicos por trás das demarcações de áreas indígenas, em especial relacionados à mineração. "O que tem na parte de cima dessas terras não é nada perto do que tem embaixo. Há muitos interesses por trás disso, muito ouro, muita região de garimpo", integrante da FPA e líder da minoria, Nilson Leitão (PSDB-MT).
A reportagem é de Caio Junqueira e André Borges e publicada pelo jornal Valor, 6-6-2013.
Ex-prefeito de Sinop (MT), o tucano lidera com outros ruralistas a pressão sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que seja instalada a comissão especial da proposta de emenda constitucional (PEC) 215, que retira poderes da Funai, e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai.
"A PEC é um instrumento do bem, não do mal. É a forma de pacificar isso, se não o setor produtivo vai se armar. O governo teme uma invasão indígena em Brasília. Agora imagina se vierem 100 mil produtores, vira uma guerra civil", declarou.
Segundo ele, praticamente nenhum indígena hoje vive da pesca e da caça. "É tudo massa de manobra. O governo dá passagem para eles fazerem manifestação. Tudo culpa do [Secretário-Geral da Presidência] Gilberto Carvalho, que tentar formar uma opinião no Brasil que é uma opinião dele."
O deputado cita o caso da ampliação das reservas indígenas. Segundo Leitão, hoje 0,4% da população é formada por índios, que ocupam 13% de área e pretende chegar a 25%. Também diz que em seu Estado, cada família de índio possui cerca de 25 mil hectares, enquanto cada assentado rural tem 50 hectares.
"O governo não tem o direito de transformar o Brasil em uma nação indígena. Principalmente em uma área que é um cinturão agrícola. Não dá para ser uma grande reserva indígena e ao mesmo tempo uma potência agrícola", disse Leitão.
A íntegra.