Vai ser paradoxal -- mas não novidade, considerando o caso da prefeitura de Belo Horizonte -- se o PT e Dilma perderem a próxima eleição exatamente no seu terreno, isto é, o da defesa da liberdade e da democracia.
Talvez esteja acontecendo uma coisa comum nos partidos de esquerda: querem ser mais realistas que o rei.
A última coisa que se espera do PT é que seu governo reprima as manifestações populares, seu berço e sua origem.
Do blog Cartas da Amazônia, via jornal GGN.
Belo Monte sob intervenção federal
Por Lúcio Flávio Pinto
Em março do ano passado, através de um simples decreto, a presidente Dilma Rousseff violou o princípio federativo brasileiro. Ela eliminou a exigência, até então em vigor, de submeter à aprovação dos governadores dos Estados o uso em seu território da Força Nacional de Segurança Pública, criada pelo presidente Lula em 2004. E aplicou imediatamente a nova regra: determinou o deslocamento de tropa da FNS para o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Foi a primeira intervenção federal desse tipo. Não teve a repercussão cabível à sua gravidade. Aliás, não teve repercussão alguma.
Duas prorrogações foram promovidas para manter a tropa no canteiro de obras de grandes empreiteiras nacionais, que ali executam o maior empreendimento da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, no valor de 30 bilhões de reais. A última prorrogação foi adotada neste mês. O contingente da FNS permanece no local e nele continuará até pelo menos agosto, quando vence o prazo de 180 dias da mais recente prorrogação.
A íntegra.