Ex-governador de Minas, ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-senador.
Ele renunciou para forçar a prescrição do crime, ajudando-se a si mesmo e à campanha presidencial do Aécio.
Se existiu "mensalão", foi Azeredo quem o inventou.
Na campanha para se reeleger -- outra invenção tucana, do ex-presidente FHC -- em 1998.
FHC teve sucesso, mas Azeredo acabou perdendo para Itamar Franco.
O modelo de financiamento de campanhas com caixa dois bolado por Marcos Valério depois foi usado pelo PT, em 2002.
Os petistas estão presos. Os tucanos continuam livres.
No entanto, contra os tucanos a acusação é muito mais grave: desvio de dinheiro público: do extinto Bemge, da Copasa e da Comig.
Quem conta essa história assim, enumerando os fatos, dando-lhes o peso devido?
Compare-se a cobertura da imprensa para um caso e outro. Veja-se como
o senador Aécio é poupado e como o tom da cobertura, sobretudo na velha imprensa mineira, é respeitoso. Compare-se o "rigor" do STF.
Se usar a teoria do "domínio do fato", que usou para condenar José Dirceu e José Genoino, Joaquim
Barbosa pode incriminar e mandar para a cadeia até FHC. É só ter a mesma "boa vontade" que teve contra os petistas.
O "mensalão" pouco nos ensinou sobre corrupção em campanhas eleitorais, essa prática usual da democracia representativa, aqui e em outros países, mas que leitores ingênuos da "grande" imprensa supõem ter sido inventada pelo PT.
Para não enfrentar essa questão, foi inventada a história do "mensalão", teoria pela qual petistas teriam sido pagos pelo governo para votar a favor... do próprio governo!
Nenhuma prova dessa teoria absurda foi apresentada no processo, mas os petistas foram condenados assim mesmo.
O "mensalão" nos ensinou muito mais como funcionam a justiça e a "grande" imprensa no Brasil.
Todo esse processo não trouxe ainda nenhum ganho para o País.
Prejuízos foram muitos: exacerbou a desconfiança na política, disseminou o ódio dos protofascistas contra o PT, pôs em descrédito a justiça e acabou de destruir o que restava de jornalismo na velha imprensa.
Ganho seria punir os envolvidos, mas todos e adequadamente, não alguns escolhidos num julgamento político de exceção.
Ganho seria principalmente mudar a forma de financiamento das campanhas, eliminando o dinheiro das grandes empresas que depois controlam os eleitos.
Quem assume o mandato com a renúncia é Edmar Moreira, aquele do castelo de mármore não declarado ao imposto de renda, deputado do DEM, aliado dos tucanos. Ele também renunciou ao mandato, mas está de volta.
Da Agência Brasil
Azeredo renuncia a mandato de deputado federal
Carolina Gonçalves
Em clima de surpresa para quase todos os parlamentares, o deputado Eduardo Azeredo renunciou hoje (19/2/14) ao mandato na Câmara dos Deputados. A carta, entregue pelo filho de Azeredo, Renato Azeredo, no início da tarde, foi lida em plenário minutos depois, oficializando o afastamento do político, réu na Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro.
No processo em análise do Supremo Tribunal Federal (STF), Azeredo foi apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como o "maestro" no suposto esquema. Janot afirma que o tucano desviava recursos públicos em benefício próprio para financiar sua campanha política. E pede que o ex-deputado seja condenado a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Eduardo Azeredo disse, no documento, que a contratação da agência de Marcos Valério, foi uma "infeliz coincidência" que o colocou em situação de suspeita e garantiu que não é culpado de nenhum ato de peculato. O presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves (MG), que, ainda pela manhã dizia que apenas tinha "ouvido falar sobre a renúncia", tentou afastar qualquer rumor de que a decisão tivesse sofrido qualquer pressão do partido que disputa o processo eleitoral deste ano. "Que eu saiba não foi nenhuma [pressão do PSDB]. Foi uma decisão de foro íntimo que tem de ser respeitada".
A íntegra.
Da Rede Brasil Atual.
Após denúncia do mensalão do PSDB e renúncia, Azeredo tenta escapar do STF
Logo após a renúncia, o advogado de Azeredo, José Gerardo Grossi, comunicou o fato ao STF. Com a perda do foro privilegiado, a defesa espera que o caso seja remetido de volta à primeira instância, decisão que caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator da Ação Penal 536. O envio das acusações não é automático. No caso do ex-governador mineiro, Barroso vai avaliar se a renúncia teve a intenção de retardar o fim da ação penal.
A íntegra.