Compartilho da ideia do Nassif, embora veja a história de forma um pouco diferente.
A primeira guerra mundial inaugurou a entrada da humanidade na barbárie, para a qual o capitalismo inevitavelmente nos levará. Desde aquela época o que era progresso material e espiritual se transformou em destruição e obscurantismo.
Estão aí os fatos para confirmar: uma guerra mundial, depressão mundial, o nazi-fascismo e outros regimes totalitários, outra guerra mundial, duas bombas atômicas, novas guerras localizadas que nunca mais deixaram de ocorrer, da Coréia ao Afeganistão, do Vietnã ao Iraque, do Oriente Médio às ditaduras militares na América Latina.
Terrorismo e narcotráfico se tornaram corriqueiros no mundo contemporâneo, não como ameaças à sociedade, mas como parte do próprio sistema, alimentado por ele, unindo Estados e bandidos, exércitos e mercenários, grandes corporações e quadrilhas.
Interesses econômicos promoveram a guerra no Iraque, a violência nas favelas do Rio, a guerra de Israel contra os palestinos, os confrontos entre guerrilheiros e exército na Colômbia. A guerra é um dos melhores negócios do capitalismo.
A destruição das condições de vida na Terra é a perspectiva na qual o capitalismo lança a humanidade. A alternativa a isso é um novo sistema baseado no planejamento, nos interesses coletivos e na colaboração, em substituição ao lucro, ao individualismo e ao imediatismo capitalistas.
A questão é como fazer isso. Quem vai fazer isso somos todos nós que não fazemos parte da minoria que se beneficia do sistema. Mas o sistema está nas mãos da minoria, que controla armas e exércitos, governos e comunicações, instituições e mentes.
Apesar disso, o novo nasce e está em toda parte, como resultado do próprio desenvolvimento capitalista e a exigir o novo sistema, pois o sistema atual é incapaz de controlar as forças que criou.
No novo sistema, a razão deve imperar e a humanidade deverá fazer escolhas, pois não é possível continuar crescendo indefinidamente como pretende o capital.
Como já estamos atrasados exatamente um século na criação do novo sistema, não basta conter o processo, é preciso revertê-lo. E ninguém sabe se ainda é possível.
As futuras gerações -- nossos filhos, nossos netos -- herdarão as respostas para estas perguntas.
Do blog Luis Nassif Online
Coluna Econômica
A economia e as velhas-novas utopias
Tenho insistido que o novo já nasceu, mas não consegue ser apresentado ao Brasil.
De fato, há um turbilhão de fatos novos, ideias novos, mudanças socioeconômicas, regionais, uma ânsia de discutir o Brasil que se espalha pelas redes sociais.
O novo não está exclusivamente nos jovens. Há velhos jovens e jovens velhos.
Neste fim de semana, em Parati, o Seminário Pensa Brasil -- com a participação do sociológo italiano Domenico de Masi -- juntou um grupo de sonhadores que trouxeram elementos relevantes sobre o novo e o velho novo. Especialmente na apresentação do economista Ladislau Dowbor.
Ladislau é especializado em economia alternativa, em novas formas de organização social e econômica. E discípulo e colega do notável Ignacy Sachs, um dos faróis do pensamento humanista do século 20.
Joachim Kollreutter, maestro, músico, humanista, costumava descrever o mundo, os tempos, com um espiral: volta-se sempre para a posição anterior, mas um patamar acima.
A íntegra.