No governo, a esquerda ocupa o centro e assume práticas da direita.
Do Blog da Raquel Rolnik.
Remoção forçada da Aldeia Maracanã: não é assim que se faz uma Copa do Mundo
Por Raquel Rolnik
Hoje de manhã fomos surpreendidos com a notícia da remoção violenta da Aldeia Maracanã, que ocupava o antigo Museu do Índio, nas imediações do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Reproduzo abaixo um texto da professora Fernanda Sánchez, da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre o ocorrido.
É assim que se faz uma Copa do Mundo?
Por Fernanda Sánchez*
Nesta sexta-feira, o Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu a Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, e agiu com extraordinária truculência. Os policiais jogaram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, gás pimenta, bateram nos manifestantes e prenderam ativistas e estudantes. A Aldeia estava ocupada desde o ano de 2006 por grupos representativos de diferentes nações indígenas que, nos últimos tempos, diante do projeto de demolição do prédio (para aumentar a área de dispersão do Estádio do Maracanã, estacionamento e shopping), vinham resistindo.
As lideranças indígenas são apoiadas por diversos movimentos sociais, estudantes, pesquisadores, universidades, comitês populares, organizações nacionais e internacionais de defesa dos Direitos Humanos, redes internacionais e outras organizações da sociedade civil. A luta dos índios e o conflito estabelecido entre o governo e o movimento resultaram num importante recuo do governo, que diante da pressão social desistiu da demolição do prédio e passou a defender a sua "preservação". A desocupação do prédio foi decretada, com hora marcada. Os índios, no entanto, continuaram a resistir, apoiados por diversas organizações. Certamente essa posição política ensina muito mais aos cidadãos cariocas e ao mundo sobre preservação, direitos e cidades do que as violentas ações que vêm sendo mostradas nos diversos meios.
A íntegra.
Da Rede Democrática.
Polícia infiltrada nas manifestações lembra a ditadura
Mais truculência policial durante manifestação pacífica em frente à Alerj com a presença de policiais a paisana, infiltrada na manifestção, lembrando a ditadura militar.
Depois de toda manhã de truculência na "desocupação" do histórico Centro Indígena que há seis anos se tornou a Aldeia Marcanã, movimento político, reconhecido e respaldado pela sociedade civil, o que se viu, em frente à assembleia legislativa do Rio de Janeiro, foi mais violência típica da ditadura militar.
Não só cidadãos foram agredidos em plena manifestação pacífica, como uma liderança indígena que apenas segurava um cartaz contrário à ocupação, foi arrastada barbaramente pelos cabelos e desaparecida num carro da polícia.
A íntegra.