segunda-feira, 4 de março de 2013

Mais de um milhão de portugueses nas ruas

Passam os anos, a crise capitalista continua e os protestos também. Já são cinco anos, desde 2008. Os banqueiros que comandam os organismos internacionais mandam que os governos cortem gastos com assistência à população para que os "investidores" não percam capital e lucrem mais. E os governos europeus fazem isso. E nem assim a crise passa. E a maioria que perde direitos e empregos volta a protestar.

Do Esquerda.net, via Agência Carta Maior.
Portugueses vão às ruas contra os cortes de gastos públicos
Pelo menos um milhão e meio de portugueses protestaram neste sábado (2/3/13), segundo estimativadas divulgadas na imprensa do país, contra as medidas de austeridade do governo nacional, apoiadas pela União Européia. Em Lisboa foram 800 mil.
Ao som de "Grândola, Vila Morena", canção que embalou os protestos da Revolução dos Cravos (1974), os manifestantes percorreram as ruas da baixa de Lisboa entoando palavras de ordem como "O povo unido jamais será vencido", "Governo para a rua já", "Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal, a nossa luta é internacional", "A rua é nossa" e "A luta continua, troika para a rua".
No Porto, cerca de 400 mil pessoas se reuniram numa das maiores manifestações já realizadas na cidade. A Praça da Batalha tornou-se pequena para receber tantos manifestantes, que acabaram também por ocupar as ruas circundantes. Estiveram presentes apoiadores de grupos de direitos humanos, liberdade sexual, aposentados e desempregados. Houve confrontos com a polícia e ao menos duas detenções foram realizadas.
Em Braga, sete mil pessoas encheram as ruas de cravos vermelhos e exigiram mudanças, emocionando-se ao frisarem que "não foi para isto" que lutaram. A manifestação contou com uma performance de teatro e com a participação de vários músicos, que enriqueceram o protesto com o som de guitarras portuguesas, braguesas e cavaquinhos.
O cantor e músico Carlos Mendes disse à agência Lusa que a manifestação "era uma coisa impensável" quando, há algumas semanas, integrou o grupo de pessoas que foi cantar a 'Grândola, Vila Morena' no plenário da Assembleia da República, interrompendo o primeiro-ministro português Passos Coelho.
"Até fico emocionado. Já não se via tanta gente junta há muito tempo", afirmou. "Nos esportes costuma se dizer que cheira a gol. Agora me cheira revolução, mudança."
A íntegra.