A defesa do ambiente é uma bandeira de esquerda, uma vez que capitalismo é sinônimo de destruição ambiental irresponsável e criminosa, mas os verdes sentem uma oportunista atração pela direita. Ao mesmo tempo, presa à armadilha do crescimento, a esquerda não conseguiu ainda formular uma política socialista e preservacionista.
Da Agência Carta Maior.
Uma agenda à procura de um partido
Por Saul Leblon
O PT não ganhou com a saída de Marina Silva, que deixou o partido em agosto de 2009.
E Marina ainda precisa provar que a ruptura fortaleceu a agenda ambiental no país.
O debate sobre o tema guarda silêncio obsequioso no interior do partido desde então.
Mas mereceu sintomática salvaguarda de princípios nas conclusões do seu IV Congresso, em 2011:
"O Brasil não tratará a questão ambiental como apêndice, senão como parte essencial, de seu projeto de desenvolvimento. Como socialistas democráticos, queremos uma alternativa de civilização ao capitalismo'.
Talvez tenha chegado a hora inadiável de adicionar nervos e musculatura a essa declaração de intenções.
Quatro anos e 18 milhões de votos depois, obtidos na campanha presidencial de 2010, Marina articula um novo partido.
No México, os ambientalistas do Partido Verde Ecologista (PVEM), apoiaram o candidato vitorioso da direita, Henrique Peña Nieto, do PRI, contra Obrador.Na Venezuela, o Movimento Ecológico Venezuelano entregou-se de corpo e alma à candidatura do engomadinho Henrique Capriles Randonski, com a qual golpistas de ontem testam a versão jovem' de hoje.
Em São Paulo, o PV apoiou José Serra, em 2010.
Em Salvador, embarcou na candidatura vitoriosa do demo Antonio Carlos Magalhães Neto, nas eleições municipais do ano passado.
A íntegra.