Quem diria: um brasileiro fazendo a primeira experiência de comunicação telepática entre ratos. Miguel Nicolelis. A pesquisa foi publicada ontem, 28/2/13. Procure notícias sobre isso na "grande" imprensa brasileira. Só encontrará "colegas" denunciando-o. Por que será?
Do blog Luís Nassif Online.
O feito histórico de Nicolelis
Luís Nassif
Coluna Econômica
Ontem, o cientista brasileiro Miguel Nicolelis anunciou um experimento revolucionário. Pela primeira vez montou uma rede que permite, pela primeira vez na história, a interface de cérebro para cérebro, a comunicação por pensamentos. Um grupo de quatro ratos de laboratório, ligados por eletrodos e uma rede wi-fi, interagindo entre si.
Nicolelis está nos Estados Unidos. Conversei no final da tarde com ele.
Já tem as primeiras observações do experimento. O fato dos animais poderem colaborar entre si provocou o aparecimento de comportamentos que nunca haviam aparecido antes, os chamados comportamentos emergentes.
O cérebro emite sinais elétricos. O trabalho de Nicolelis consistiu em desenvolver sensores que captaram essas atividades nos ratos, decodificaram e transmitiram para outros ratos, onde foram decodificadas e compreendidas.
Pelo experimento, um rato recebia comandos mentais de outro e acionava uma alavanca. O rato codificador era recompensado se o outro realizasse a tarefa de forma correta. Foi esse duplo estímulo que levou à colaboração entre os dois ratos.
Quando o segundo rato errava a alavanca, o primeiro tratava de reformular a ordem, sendo mais atento e enviando ordens mais precisas.
A íntegra.
Da Reuters.
"Mind melds" move from science fiction to science in rats
By Sharon Begley
NEW YORK | Thu Feb 28, 2013 11:39am EST
(Reuters) - The scientists call it a "brain link," and it is the closest anyone has gotten to a real-life "mind meld": the thoughts of a rat romping around a lab in Brazil were captured by electronic sensors and sent via Internet to the brain of a rat in the United States.
The result: the second rat received the thoughts of the first, mimicking its behavior, researchers reported on Thursday in Scientific Reports, a journal of the Nature Publishing Group.
Adding to its science-fiction feel, the advance in direct brain-to-brain communication could lay the foundation for what Duke University Medical Center neurobiologist Miguel Nicolelis, who led the research, calls an "organic computer" in which multiple brains are linked to solve problems solo brains can't.
If that sounds like an ethical minefield, several experts think so too, especially since Nicolelis is now working on brain-to-brain communication between monkeys.
"Having non-human primates communicate brain-to-brain raises all sorts of ethical concerns," said one neuroscientist, who studies how brains handle motor and sensory information, but who asked not to be named. "Reading about putting things in animals' brains and changing what they do, people rightly get nervous," envisioning battalions of animal soldiers - or even human soldiers - whose brains are remotely controlled by others.
That could make drone warfare seem as advanced as muskets.
Nicolelis's lab received $26 million from the Pentagon's Defense Advanced Research Projects Agency (Darpa) for work on brain-machine interfaces, as this field is called.
The linked rat brains in the study built on 15 years of research in brain-machine interfaces. These interfaces take electrical signals generated from the brains of severely-paralyzed people and translate them into commands that move a mechanical arm, a computer cursor or even the patient's own arm.
Such work led Nicolelis to ask, can one brain decode the electrical signals generated by another?
The answer - at least for rats - was yes.
A íntegra.
Da revista Ciência Hoje.
Transmissão de pensamento
Rato passa a cumprir tarefas corretamente após receber informações do cérebro de outro roedor que havia sido treinado. Feito, inédito, pode revolucionar de tratamentos neurológicos à área da computação.
Por: Célio Yano
A ilustração representa experimento em que pesquisadores conseguiram transferir informações entre os cérebros de dois ratos cujos córtex estavam interligados. (imagem: Katie Zhuang/ Duke University)
A mais recente proeza de pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociência de Natal (IINN), no Rio Grande do Norte, parece saída de obra de ficção científica: eles conseguiram transferir informações entre os cérebros de dois ratos.
Não, você não leu errado. Se já era possível conectar o cérebro de mamíferos a máquinas, os cientistas consideraram que podiam tornar o desafio um pouco mais complicado. Ligaram o cérebro de um rato a uma máquina e esta ao cérebro de outro roedor. Deu certo. O resultado do trabalho está descrito em artigo publicado hoje (28/2) na revista Scientific Reports.
No primeiro experimento, realizado na Universidade Duke, dois ratos tiveram microcircuitos implantados no córtex motor e no córtex tátil – áreas do cérebro relacionadas com os movimentos voluntários e a sensação de toque, respectivamente.
O primeiro animal, chamado de "codificador", foi treinado, sozinho, para realizar tarefas que exigiam a escolha correta entre duas opções de estímulos táteis ou visuais. Em um dos desafios, por exemplo, o roedor ganhava uma recompensa ao acionar uma alavanca sinalizada com uma luz.
A íntegra.
Da revista Galileu.
Implante eletrônico dá poder telepático a ratos
Novo experimento do brasileiro Miguel Nicolelis transmite informações entre cérebros usando a internet
por Rafael Spoladore
Uma cobaia viva e saudável no Instituto Internacional de Neurociência de
Natal, no Rio Grande do Norte, Brasil, tem microeletrodos implantados
delicadamente em seu cérebro. Quando essa cobaia vê uma pequena luz
acender em um ponto de sua gaiola relacionada a uma alavanca, ele a
pressiona e ganha um petisco de recompensa. Outra cobaia, em Durham, na
Carolina do Norte, EUA, com o mesmo implante cerebral, está em uma
gaiola idêntica e vê duas luzes se acenderem, cada uma relacionada a uma
alavanca em lados diferentes da gaiola. Uma das alavancas é igual e
está no mesmo lado da da luz que acendeu na goiala no Brasil. Então a
cobaia nos EUA escolhe a alavanca desse mesmo lado e também ganha seu
petisco.
Repetindo-se o experimento, a alavanca
correta foi pressionada com 60% a 72% de acerto. Isso porque os cérebros
das cobaias estão ligados a fios e seus "pensamentos" sendo
transmitidos pela internet. Distantes cerca de 6.500 km, o rato em Natal
aprende uma informação que é interpretada pelo implante e enviada para o
rato na Carolina do Norte, que a recebe e repete a ação.
Esse é o novo feito do neurocientista Miguel Nicolelis. Ele e
sua equipe criaram uma interface de cérebro para cérebro, que permite
ler e transmitir estímulos remotos. Na realidade, o que está sendo
transmitido não são pensamentos, mas a reprodução de atividades na
região motora do córtex cerebral nas mesmas áreas e com a mesma
intensidade no cérebro receptor.
A íntegra.
Do Portal EBC
Neurociência: ratos são conectados por cientistas brasileiros para resolverem tarefas simples
Leyberson Pedrosa
Duas cabeças pensam melhor que uma. Uma experiência científica coordenada por cientistas brasileiros mostrou que o jargão pode ser uma realidade no futuro. É o que aponta uma série de experimentos feitos com ratos, sob a coordenação do pesquisador Miguel Nicolelis.
Recentemente, os cientistas conectaram cérebros de dois ratos para transmitir informações motoras e sensoriais entre eles. "Essas experiências mostraram que nós estabelecemos uma ligação de comunicação direta e sofisticada entre cérebros. Então, basicamente, estamos criando uma espécie de computador orgânico", afirma Nicolelis.
O experimento pode ser comparado aos clusters na Computação: quando um computador não dá conta de um cálculo, técnicos costumam conectá-los a outras máquinas para dividirem o processamento da tarefa. O mesmo pode acontecer entre os cérebros das pessoas.
A íntegra.