Nos momentos de conflito -- e eles são cada vez mais frequentes -- ficam explícitas as contradições do sistema e a distância entre o discurso e a prática dos governos neoliberais. A Assembleia é uma "casa do povo" enquanto não tem povo, enquanto é frequentada por algumas dezenas de "representantes", que depois de eleitos governam para o governador, subservientes, sem opinião própria, sem ouvir os eleitores, de costas para eles. A PM não existe para dar segurança à população, mas para reprimir manifestações e manter a ordem que beneficia os ricos. A educação é uma peça publicitária para ajudar a eleger políticos "professores", que depois de eleitos não dão a menor importância a ela, porque escolas públicas atendem pobres e pobres educados são um perigo para as elites. Governos neoliberais não estão nem aí para a educação, deputados não estão nem aí para o povo, segurança significa repressão. Nos momentos de conflito as palavras ganham seu verdadeiro significado, como mostra este vídeo. (Para lembrar: os professores mineiros estão em greve há mais de 100 dias pelo pagamento do piso salarial nacional, de R$ 1.187 (isso mesmo: R$ 1.187 -- um soldado raso mineiro ganha R$ 1.700), determinado por lei desde 2008 que o governador Anastasia se nega a cumprir.)