Difícil saber o que é pior em Minas, se a administração do Galo (que não vence time nenhum), os governos estadual e municipal (que fecham os dois estádios da capital durante dois anos ao mesmo tempo) ou a polícia militar. De algum tempo para cá, a PM se exime das suas obrigações "evitando" situações de conflito. Foi assim na Barragem Santa Lúcia, onde proibiu (como assim? A PM tem poder de proibir reuniões?) um encontro popular que "poderia resultar em violência". Foi assim nos jogos entre Atlético e Cruzeiro, que agora têm uma torcida só. Não importa se no mundo inteiro os jogos têm duas torcidas, não importa se em Belo Horizonte (quando a PM era mais competente e menos autoritária – é, durante a ditadura, a PM era menos poderosa do que é hoje) os clássicos tiveram sempre duas torcidas, não importa se o torcedor é a razão maior do futebol. A PM mineira decide que não pode e pronto. Chegou a proibir o uso de bandeiras nos estádios! E agora, que duas torcidas organizadas brigaram, o que ela vai fazer? De acordo com sua lógica, deve ser assim: num jogo, pode só a torcida organizada X, no outro só a torcida organizada Y... A "grande" imprensa, como sempre, publica sem qualquer senso crítico, fiel à sua função de porta-voz das autoridades.
Do jornal O Tempo.
Torcidas organizadas do Atlético Mineiro vão ser penalizadas após confronto no Clássico
Duas torcidas organizadas do Clube Atlético Mineiro serão penalizadas depois do confronto no clássico no último domingo (28). De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a partir da próxima rodada da série A do Campeonato Brasileiro, elas não poderão usar faixas, bandeiras, instrumentos musicais ou qualquer outro apetrecho que as identifique. Os torcedores poderão usar apenas camisas das respectivas torcidas. A medida educativa foi aplicada em virtude dos últimos acontecimentos registrados no jogo entre Atlético e Cruzeiro, no domingo. Na ocasião, integrantes das torcidas entraram em confronto nas proximidades da Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
A íntegra.