sábado, 24 de setembro de 2011

A ação cada vez maior da polícia militar para conter cidadãos com violência

O Brasil está se militarizando assustadoramente. A violência que as polícias militares exercitam há décadas contra as populações pobres está se espalhando para toda a sociedade e todas as situações. Herança da ditadura militar que não foi reformada pela democracia, elas atuam cada vez mais a serviço de governos e "autoridades" prepotentes. Num simples jogo de futebol, a tropa de choque, que não deve ter mais nada a fazer e não prende bandidos, mas foi treinada durante a ditadura para reprimir a população, entra em campo para intimidar torcedores. Militares apontam armas para a torcida na arquibancada! Sobem à arquibancada para expulsar torcedores do estádio! Torcedores desarmados, cuja única ameaça é a voz, em coro, concentrados próximos à boca do túnel para xingar um juiz que apitou pênalti contra seu time, aos 46 minutos do segundo tempo. A força policial alocada e usada contra os torcedores é desproporcional ao fato, corriqueiro nos estádios de todo o mundo, desde que o futebol existe. Aconteceu em Curitiba, no jogo entre Atlético PR e Fluminense, mas acontece também em Belo Horizonte, no Rio, em Porto Alegre, em São Paulo etc. A polícia militar não inibe nem contém a violência, ao contrário, provoca-a. É sempre dela que parte a violência, porque não é preparada para fazer o que seria sua função: garantir que cidadãos, em todos os ambientes públicos, se manifestem livremente. Polícia da ditadura, ela continua atuando para impedir manifestações. Em todas as capitais a PM é cada vez mais violenta, cada vez mais ativa e intimidadora, não contra bandidos, mas contra cidadãos. Nos estádios de futebol este fato, que evidentemente faz parte de uma política de "segurança", chama mais atenção. Em Minas, a PM "proibiu" bandeiras, inventou jogos de torcida única, atiça cavalos e cães contra torcedores na entrada e saída dos estádios. O resultado é afastar os torcedores ainda mais dos campos. Talvez seja mesmo este o objetivo. Assim futebol torna-se um esporte para se ver pela tevê. Tevê que, é claro, sempre dá razão à polícia.