Ambas têm a mesma duração – três meses. Ambas têm a mesma motivação – a defesa da educação pública de qualidade. No entanto, a greve chilena tem muito mais repercussão na "grande" imprensa do que a greve mineira. Por que será? Aqui, governo e capital controlam o noticiário. A greve no Chile é pimenta nos olhos dos outros pra imprensa sensacionalista, ainda mais com imagens de violência e morte de estudante. Mas também a sociedade não entendeu ainda a importância da greve dos professores mineiros, que lutam como não se via há muitos anos neste país. O aumento salarial considerável que o novo piso estabelece terá consequências amplas e duradouras na qualidade da educação pública. O bom ensino começa com bons professores. A mesma lei que criou o piso, em 2008, e que o Supremo Tribunal Federal mandou o governo mineiro cumprir, agora, estabelece que um terço da carga horária dos professores deve ser dedicado à preparação das aulas. Em Minas, atualmente é apenas um quarto. Isso também vai acarretar contratação de mais professores. Os governos neoliberais como o do "professor" Anastasia não querem gastar dinheiro com educação, preferem gastar com obras megalômanas como o Shoppings Administrativo. O movimento dos professores mineiros precisa do apoio dos estudantes, dos sindicatos, dos movimentos sociais, dos professores da rede municipal, dos professores da rede particular, dos pais e de toda a sociedade.