Ela foi presa e torturada. Hoje é a presidenta da República, representante da geração de 68, que pegou em armas contra a ditadura.
E no entanto, mais uma vez, como muitos "civis" antes dela, desde a proclamação da República, apela aos militares para pôr ordem na casa.
Depois, quando eles gostam da coisa e resolvem ficar no governo, no lugar de civis "incompetentes" para governar, não há como falar em ditadura militar; foi ditadura, sem adjetivo, a serviço de interesses "civis".
Forças Armadas são para a guerra.
Um país pacífico como o Brasil, a rigor, como diz o Paulo Nogueira, pode prescindir de Forças Armadas.
Além de custarem caro e ficarem maquinando esquemas de segurança caríssimos para concorrer com os "países mais adiantados", constituem a ameaça permanente de golpe, quando algum grupo civil -- em geral controlando a imprensa -- consegue manipulá-las.
Exército para combater crime organizado?
Para ocupar favelas?
Para operações militares contra o próprio povo?
Para controlar manifestações populares?
"Pacificação" foi sempre o que o Exército disse estar fazendo, quando intervinha na política.
Foi o que dizia estar fazendo quando exterminou os "terroristas".
Agora está há 29 anos quieto nos quartéis e o governo do PT vai chamá-lo.
Qual a diferença entre a sistemática matança de pobres pela PM -- moldada e treinada pelo Exército durante a ditadura -- e a sistemática matança dos jovens da geração de 68 pela ditadura?
Se a polícia quisesse de fato combater o tráfico de drogas, todos os especialistas dizem isso, começava pelos ricaços, empresários, políticos e personalidades que as consomem e as transportam em helicópteros e jatinhos.
No entanto, nesse caso como em tantos outros, a polícia e a justiça agem contra os pobres, contra os favelados, contra as vítimas. Os ricos e poderosos ficam impunes, são imunes.
Admitir a incapacidade do governo para combater o crime e chamar o Exército para fazer isso, é convidá-lo à política.
Como sempre fizeram os "civis" brasileiros.
Do Blog do Planalto.
Dilma: Forças Armadas demonstram compromisso com a nação em ações no Rio, Rondônia e Acre
Em sua conta no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff anunciou o envio de 2,5 mil militares para atuar na pacificação do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, a partir deste sábado (5/4/14). Ela enalteceu esta e outras ações das Forças Armadas, como o apoio às vítimas das enchentes na região Norte do país.
"A partir de amanhã (5), as Forças Armadas vão atuar com a PM do Rio na pacificação do Complexo da Maré. Um contingente de 2,5 mil militares ajudará a preservar a segurança dos moradores da região. As Forças Armadas mais uma vez demonstram seu compromisso com a nação em duas importantes ações em curso no país ao dar integral suporte à segurança pública e a pacificação da Maré no Rio de Janeiro e ao dirigir e coordenar o apoio às populações que sofrem com o isolamento pelas as enchentes em Rondônia e Acre", escreveu.
A íntegra.