Desde do século XIX a denúncia abaixo é repetida ciclicamente e governos sucessivos prometem resolver o problema; enormes recursos públicos são investidos, mas não chegam às mãos de quem precisa nem resolvem o problema -- é a indústria da seca. O governo Lula começou o projeto de construir um milhão de cisternas e depois sucumbiu à grandiosidade da transposição do Rio São Francisco, que, segundo os críticos -- os mesmos que denunciam a indústria da seca --, é obra para o agronegócio exportador, não para o povo, e além disso tem consequências danosas para o ambiente. A indústria da seca interfere até no tipo de cisterna que é construída, em prejuízo dos interesses coletivos.
Do Instituto Humanistas Unisinos.
Nota da CNBB sobre a seca no Nordeste
"Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados" (2Cor 4,8)
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, reunidos em Brasília-DF, nos dias 27 e 28 de novembro de 2012, vimos manifestar nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem com a seca no Nordeste. Esta situação, que se prolonga de forma desalentadora, exige a soma de esforços e de iniciativas de todos: governo, Igrejas, empresários, sociedade civil organizada -- para garantir às famílias a superação de tamanha adversidade.
Os recursos liberados pelo governo e o auxílio das Cáritas Diocesanas e de outras entidades são, sem dúvida, imprescindíveis para o socorro imediato dos afetados por tão longa estiagem, considerada a pior nos últimos 30 anos. Estas iniciativas têm contribuído para diminuir a fome, a mortalidade infantil e o êxodo. Sendo, porém, a seca uma realidade do semiárido brasileiro, é urgente tomar medidas eficazes que possibilitem a convivência com este fenômeno. Considerem-se, para esse fim, o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a região e o aproveitamento das potencialidades das populações locais.
A íntegra.