Agora sim. É o que está faltando em Belo Horizonte: prédio. Felizmente, a cidade rica e sem problemas para resolver, pode gastar R$ 1 bilhão construindo uma "torre". Será que o dinheiro virá da iniciativa privada ou será financiado por um banco estatal? Será lavagem de dinheiro? Para que é mesmo que serve um edifício de 350 metros? Ah, para "pôr Belo Horizonte em outro patamar"... da especulação imobiliária. E para aumentar o trânsito na cidade que não tem metrô nem transporte coletivo decente e cujo número de carros nas ruas cresce mais do que em São Paulo. Realmente, é a obra que falta. A matéria também mostra como a prefeitura serve os grandes grupos privados, preparando leis sob medida, e como a "grande" imprensa é seu porta-voz, reproduzindo o que dizem sem qualquer crítica.
Do Hoje em Dia.
Construtora mineira compra lotes para o maior prédio da América Latina
Janaína Oliveira
A mineira PHV Engenharia adquiriu um terreno de 15 mil metros quadrados, próximo ao Boulevard Shopping, para a construção do maior edifício da América Latina. Parceira do escritório de arquitetura Farkasvölgyi, idealizador do arranha-céu, a empresa já negocia a aquisição de outro terreno na região, eleita para receber o imponente empreendimento, que deve custar R$ 1 bilhão.
Segundo cálculos de corretores imobiliários, a construtora teria pago aproximadamente R$ 13 milhões pelos lotes, o que daria em torno de R$ 850 o metro quadrado. A compra de uma área de igual metragem, ao longo do Boulevard Arrudas, está em negociação.
"Os terrenos têm tamanho suficiente para receber a torre", afirma o presidente da PHV Engenharia, Paulo Henrique Vasconcelos. No total, o edifício de vidro terá 350 metros, distribuídos em 85 andares.
A expectativa é de que o megaedifício seja dividido em andares corridos e salas comerciais totalizando 100 mil metros quadrados de área de vendas. Um restaurante será instalado no topo. Hoje, o metro quadrado está cotado a R$ 10 mil. "É um investimento muito produtivo, que colocará Belo Horizonte em um outro patamar", acredita. Segundo ele, há ainda o interesse de fundos imobiliários estrangeiros no negócio."O prédio em si deve exigir algo em torno de R$ 1 bilhão. Mas para termos certeza do quanto será aplicado é preciso esperar pelas regras de operação urbana consorciada da região e avaliar o potencial construtivo da área", explica Paulo.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento, Marcello Faulhaber, o plano urbanístico da área deve ser finalizado até o final deste mês.
O próximo passo, então, é enviar um projeto de lei de operação urbana à Câmara de Vereadores. “Só aí saberemos quanto poderemos vender de Cepac (Certificado de Potencial Adicional de Construção), que é uma alternativa de captação de recursos para financiamento do desenvolvimento urbano”, explica.
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