sexta-feira, 11 de maio de 2012

Americanos querem cortes profundos nos gastos com guerras e armas

É a mesma coisa em toda parte: a falência do sistema representativo. O que os políticos e os partidos fazem no poder não corresponde ao que os eleitores querem.

Do Pública, Agência de Jornalismo Investigativo.
Pesquisa inovadora mostra que o público americano apoia maiores cortes nos gastos de defesa do que os políticos propõem
Enquanto políticos e especialistas americanos estão divididos sobre o orçamento de defesa, há um consenso surpreendente entre o público: cortes muito mais drásticos do que o governo Obama ou os republicanos propõem. A descoberta foi feita por uma pesquisa inovadora realizada pelo Center for Public Integrity, parceiro da Pública, o Program for Public Consultation e o Stimson Center. Os resultados mostram que não apenas os americanos querem cortes maiores, mas defendem cortes em todas as áreas militares: força aérea, marinha, exército, armas nucleares e mísseis de defesa. De acordo com a pesquisa, na qual os entrevistados foram informados sobre o tamanho da orçamento de defesa e liam opiniões de especialistas a favor e contra os cortes antes de responder, 2/3 dos republicanos e nove cada dez democratas apoiam cortes imediatos – uma posição discrepante com as lideranças dos dois partidos. A média total das respostas obtidas foi por um corte total de US$103 bilhões, uma porção substancial do orçamento atual de US$ 562 bilhões. A maioria dos entrevistados apoiou um corte de pelo menos US$83 bilhões. Ou seja, muito mais do que a proposta atual, de um corte de US$55 bilhões no final deste ano, de acordo com a lei aprovada em 2011. Na época, tanto o Pentágono quanto políticos disseram que o corte seria “devastador”. “Quando os americanos vêem o tamanho dos gastos em defesa, em comparação com os gastos em outras áreas, opinam que a defesa deveria ser substancialmente afetada para reduzir o défcit”, diz Steven Kull, diretor do Program for Public Consultation e coordenador da pesquisa. “Ou seja, é claro que a polarização que se vê no Congresso não reflete a vontade dos americanos”.
A íntegra.