Começando pela França e pela Grécia.
Da Agência Carta Maior.
De Atenas a Paris: uma primavera europeia?
Por Costas Douzinas, do SinPermiso, tradução de Marco Aurélio Weissheimer
O dia 6 de maio pode ser o princípio da "primavera europeia". A esperada vitória nas eleições francesas e sua rejeição ao pacto fiscal será a primeira derrota das políticas que a senhora Merkel e os inúteis tecnocratas da União Europeia impuseram a Europa. No entanto, o resultado das eleições gregas pode ter uma importância simbólica maior ainda. As eleições marcam o final do segundo ato da tragédia grega, com a saída pela direita do cenário do elenco de partidos e políticos até agora dominantes. O primeiro ato terminou em novembro passado com a demissão do governo Papandreu como resultado da oposição popular e o medo de Merkozy de um referendo para decidir a permanência da Grécia no euro. Papandreu era um “pobre homem” de Tony Blair, assessorado por burocratas do partido toda a vida e por um pequeno grupo de “especialistas” neoliberais, conhecidos como “os jardineiros”. Este clã de mediocridades, que deviam seus cargos ao clientelismo feudal de Papandreu, afirmava que poderia "salvar" a Grécia dos desastres causados por seus governos. Evangelos Venizelos, que substituiu Papandreu na direção do Pasok, é uma espécie de Gordon Brown tagarela que, como ministro da Economia, supervisionou o catastrófico segundo pacote de austeridade, sepultando com ele no cemitério dos sonhos despedaçados suas aspirações de toda uma vida de se converter em primeiro ministro.
A íntegra.