Em 1977, a equipe de reportagem do jornal Estado de Minas fez uma excelente cobertura do III Encontro Nacional de Estudantes em Belo Horizonte, que culminou com o cerco da Escola de Medicina por forças policiais e prisão de centenas de universitários do País inteiro. Décadas mais tarde, um dos repórteres revelou em conversa informal como se deu aquele trabalho: "Era fim de semana e o Chefe estava viajando". A gente não sabe por que o EM agora está do lado da população, denunciando desmandos do prefeito Lacerda, mas imagina como seria melhor a situação dos mineiros se o "grande jornal" tivesse tido o mesmo comportamento durante o governo Aécio, período em que nenhuma informação que desagradasse o Palácio da Liberdade era publicada.
Do Estado de Minas.
MPF diz que projeto da PBH que vende terrenos do município é "afronta aos cidadãos"
Conforme o Ministério Público Federal, o
Projeto de Lei contém "vícios jurídicos insanáveis" e deve ser
amplamente debatido com a sociedade, órgãos públicos e sociedade antes
de ser concluído
Por Marcelo Ernesto, 25/5/2012
O Projeto de Lei
1.698/11, de autoria do Executivo, que coloca à venda áreas verdes,
lotes ocupados por empresas e até terrenos destinados à construção de
moradia para população de baixa renda e que tramita na Câmara Municipal
de Belo Horizonte (CMBH), levou o Ministério Público federal (MPF) a
divulgar uma nota de repúdio nesta sexta-feira. O documento foi assinado
pela procuradora regional dos direitos do cidadão, Silmara Cristina
Goulart. Nele, O MPF classifica como uma "afronta a todos os cidadãos de
Belo Horizonte", a iniciativa da prefeitura e que a atitude vai
afetar de forma significativa a vida dos cidadãos. O projeto foi
aprovado em primeiro turno no dia 11 deste mês, com 22 votos favoráveis. No texto, o Ministério Público Federal
(MPF) afirma que a proposta se baseia em uma visão "privatista e
liberal" da propriedade da cidade. "A qualidade de vida da presente e
das futuras gerações, ao alienar, de forma indiscriminada, terras
públicas essenciais para a implantação de políticas nas diversas áreas
de habitação, educação, saúde, assistência social, esporte e lazer." O
MPF também rebate o argumento apresentado pela PBH para justificar o
projeto. No PL, o Executivo estabelece que 60% dos recursos arrecadados
com a venda serão aplicados nos programas de habitação e o restante em
outros investimentos públicos: "obras e serviços, com a finalidade de
abrigar eventos, implantar estrutura na área de transporte e investir em
infraestrutura urbana, em especial, desapropriação".
A íntegra.