domingo, 6 de maio de 2012
O Galo vai ser campeão invicto
Ou não vai ser campeão. Melhor não, para não nos iludirmos com esse timinho. Salvam-se Pierre e Guilherme. Giovani fez boa partida hoje, André fez gol, talvez mais um ou outro fossem aproveitados no elenco, mas quase todos podem ser dispensados. Richarlyson? Cruz credo. Réver: como é que um zagueiro que entrega bolas assim, que não dá a menor segurança, pode chegar à seleção brasileira? Uma prova de como anda mal a seleção. Serginho? Que horror. E o América tem mais pinta de campeão. Seria um estímulo ao clube centenário. E um prêmio ao Givanildo, um grande treinador pouco
reconhecido. As decisões estaduais. Quando o jogo estava 1 a 1, Loco Abreu sofreu dois pênaltis e o juiz não deu, o primeiro idêntico ao que Cristiano Ronaldo sofreu no jogo do Real Madri e o juiz deu. O que decidiu a partida foi a expulsão do lateral botafoguense. E os pênaltis que o juiz não deu. Juizes continuam decidindo partidas. Se o Botafogo jogar bola e o Fluminense sofrer um apagão, a situação pode mudar no segundo jogo, por que não? Mas o Flu é melhor. Santos campeão, como se esperava. Inter campeão. Torço pelo Bahia e pelo Falcão. Torço pelo Coritiba e pelo Marcelo Oliveira. Torço pelo Santa Cruz. Torço por um milagre do Figueirense, que provavelmente vai perder o título por força de um regulamento absurdo: ganhou o primeiro e o segundo turno e teve de disputar o título num quadrangular. O futebol brasileiro continua engraçado. Times do Brasil inteiro jogam durante três meses jogos que ninguém vê para depois disputarem títulos estaduais aqueles que todo mundo sabem quais serão. Pra que isso? Não dá pra entender. E o campeonato brasileiro, num país que tem 27 unidades federativas, é disputado por apenas 20 clubes, metade de São Paulo e Rio. Brasileirinho. Sou favorável a um campeonato com 40 clubes de todos os estados, sem campeonatos estaduais. Futebol não é só futebol, é também cultura, é integração nacional. Aliás, esse campeonatos não são só futebol, são muito mais um conglomerado de grandes negócios, no qual o torcedor é que menos importa. Como é que pode clubes do Nordeste e do Norte, que levam 20 mil, 30 mil, 40 mil, 50 mil torcedores ao estádio, ou mais, ficarem de fora do campeonato "brasileiro", enquanto times do Rio e São Paulo levam 5 mil, 10 mil? No atual modelo, clubes do Nordeste e Norte nunca se tornarão "grandes". Esse número de 20 clubes não tem nada a ver com critério técnico, é mera cópia dos campeonatos europeus. Imaginemos que clubes do Nordeste e Norte conquistassem vagas em detrimento dos "grandes" de São Paulo e Rio: alguém duvida de que os chefões do futebol brasileiro -- CBF, Globo, patrocinadores -- dariam um jeito de aumentar o número de clubes no "brasileirão"? Da mesma forma que os clubes do NE e N nunca se tornarão "grandes" no sistema atual, os clubes de Minas e outros estados estão fadados a ocupar as últimas posições no "brasileirão", porque começam o ano disputando campeonatos estaduais fracos e conquistando títulos enganosos. O único campeonato estadual realmente competitivo é o paulista e é por isso, porque SP quer, que esse modelo se mantém.