Compare-se mais esta ação do prefeito com o seu discurso de candidato em 2008. Lacerda disputa com José Serra e DEMóstenes Torres o nariz de Pinóquio da política brasileira. A primeira rua que o prefeito tentou vender foi a Musas, mas os moradores reagiram e a questão está na justiça. Também não conseguiu vender o Mercado Distrital do Cruzeiro, graças à reação da comunidade e do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural. Mas vendeu outros imóveis e quer vender mais. Belo Horizonte precisa de áreas públicas para compensar a verticalização vertiginosa que Lacerda prometeu combater e em vez disso incentivou, mas o prefeito milionário que não mora na cidade que administra segue o velho receituário neoliberal, que privatiza tudo "que não é rentável". Vender 120 imóveis do município, inclusive áreas de preservação, é um absurdo provavelmente sem precedentes no País. São áreas perdidas para sempre e dinheiro que, se realmente entrar nos cofres públicos, vai desaparecer sem que se saiba no que foi aplicado. Basta pensar nos mais de R$ 10 milhões que a prefeitura gastou na reforma da Savassi e nas obras das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos que mal foram concluídas já foram destruídas para novas obras. É para gastar o dinheiro assim que o prefeito está vendendo o patrimônio municipal? Enquanto isso, o investimento em saúde cai...
Do Estado de Minas, 16/5/2012.
Prefeitura de Belo Horizonte pode vender duas ruas da cidade
Por Alice Maciel
A prefeitura de Belo Horizonte está prestes a vender duas ruas da cidade: a Rua Padre Inácio Nogueira, localizada no Bairro São Francisco, na Pampulha, e a Rua B, no Bairro Nova Granada, Região Oeste. Esta última foi ocupada pelo Centro Universitário Newton Paiva e transformou-se em um estacionamento. Já a Rua Padre Inácio Nogueira dá acesso à Avenida Antônio Carlos, uma das principais vias da capital (veja arte). Esses dois espaços públicos estão na lista dos 120 terrenos que o Executivo pretende comercializar depois da aprovação, em segundo turno, do Projeto de Lei 1.698/11 pela Câmara Municipal de Belo Horizonte. Antes mesmo de os vereadores baterem o martelo, as negociações já estão acontecendo. A Newton Paiva informou à reportagem que "a rua que corta o estacionamento da unidade de saúde do Câmpus Silva Lobo já está em processo de compra junto à Prefeitura". O texto do projeto, entretanto, prevê que a venda seja feita por concorrência, quando prevalece o maior preço. O pedido de autorização de venda da Rua B – que ligaria a Avenida Silva Lobo à Rua Marechal Jofre –, foi acrescentado ao projeto de lei em abril, como um substitutivo.
A íntegra.