Agricultura orgânica é fundamental para a saúde humana e o meio ambiente, mas é incompatível com o agronegócio, que ocupa grandes extensões, produz em escala mundial e usa venenos de forma intensa, para lucrar mais. O Brasil consome um quinto dos agrotóxicos vendidos no mundo: mais de um milhão de toneladas por ano. Frutas, verduras e legumes da nossa alimentação diária estão contaminados, segundo as autoridades. O aumento do câncer acompanha o aumento do consumo de agrotóxicos. Os danos ao meio ambiente são desastrosos. Observa-se aumento do número de suicídios, como ocorreu na cidade mineira de Luz. E a única motivação disso é o lucro crescente do capital oligopolista, obtido por meio do controle de sementes e de agrotóxicos. Todos os números e estudos sobre o assunto são estarrecedores:
estamos comendo veneno, os trabalhadores na agricultura estão se
intoxicando, o meio ambiente está sendo contaminado. A agricultura saudável é feita por famílias de agricultores, em pequenas propriedades, para abastecimento local. Uma mudança necessária e urgente, mas só possível fora da lógica capitalista de lucro imediato para poucos.
Do saite do MST.
Pesquisa demonstra a eficiência de biofertilizantes para a agricultura
Por Mirian Peres da Cruz, da Agência UEL de Notícias, 17 de maio de 2012
A tecnologia criada em laboratório vai direto para o campo e afeta a economia agrícola. É a adoção na agricultura do biofertilizante ou fertilizante biológico -- inoculates biológicos -- que ganhou espaço e importância nos últimos anos. O termo aqui se refere a um insumo biológico que substitui os fertilizantes comerciais. Por isso, o produto é alvo de pesquisas da área de biotecnologia. É o caso do Departamento de Bioquímica e Bioctenologia (CCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que aposta na produção do biofertilizante, trabalhando em parceria com agricultores da região. O produto aumenta a resistência da planta a condições ambientais extremas, além de melhorar a absorção de nutrientes. Isto também significa menos poluentes no ambiente. Por isso, a tendência é que o produto esteja cada vez mais presente no meio rural. "É composto por micro-organismos, ou seja, bactérias do ambiente, que vão nutrir culturas de interesse agrícola, com a mesma função dos fertilizantes minerais, mas com menos impacto ambiental", explica o professor e coordenador da pesquisa André Luiz Martinez de Oliveira, do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia. "O agricultor economiza dois terços do que é gasto com adubo que contém nitrogênio, usando este tipo de tecnologia", completa. O professor reforça a ideia de que, além da economia para o agricultor, o custo ambiental também é outra vantagem. O objetivo agora é buscar parcerias com agricultores de produtos orgânicos. O biofertilizante produzido na Universidade Estadual de Londrina já é fornecido para agricultores familiares da região sul do Paraná e norte de Santa Catarina. Portanto, o número de agricultores que aderem à tecnologia só aumenta. "Já solicitamos a patente do produto à Aintec [Agência de Inovação Tecnológica da UEL]", informa o professor.
A íntegra.