Este é um sentimento de países desenvolvidos que o Brasil herdou, junto com a globalização. O mundo da supremacia do neoliberalismo, sem utopias, e um mundo de consumismo e destruição desenfreada, sem perspectivas de um futuro melhor. Essa geração é diferente da anterior, porque não teve de derrubar a ditadura militar nem de contestar os costumes autoritários, encontrou o caminho aberto, a "liberdade" e a "democracia": e daí? Estão faltando cores no mundo.
Da Agência Efe via iG.
Filme "Cores" retrata a "angustiada" geração de 30 anos no Brasil
O diretor brasileiro Francisco Garcia dedicou seu primeiro longa-metragem, "Cores", a falar sobre a "agonia" de sua geração, a de jovens na casa dos 30 para quem o crescimento econômico do Brasil não trouxe a oportunidade de um futuro melhor. O filme, exibido na mostra Novos Diretores do 60º Festival de Cinema de San Sebastián, na Espanha, é também uma história de amizade "verdadeira", a de três jovens que vivem uma vida de desilusão e rotina.Garcia, nascido em São Paulo em 1980, acredita que as pessoas de sua idade "têm uma angústia e um vazio muito grandes". "É uma geração pós-hippie, pós-punk, da desilusão dos anos 1990 e de um começo de século que não sabemos para onde vai", definiu, em entrevista à Agência Efe.
É um filme cheio de simbolismos, metáforas e antíteses, começando pelo título, "Cores", para uma história contada em preto-e-branco. "Essa é a ironia, porque o que falta na vida dessas pessoas é justamente a cor", conceitua o diretor.
A íntegra.