Segundo Luís Nassif.
Do blog Luís Nassif Online.
O papel central da Economia da FGV-SP
Quando foi criada a Faculdade de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, prognostiquei que em breve marcaria época no País. Com Luiz Carlos Bresser-Pereira e Yoshiaki Nakano, a escola conseguiria definir uma síntese do melhor do pensamento econômico brasileiro – moldado ao longo das últimas décadas.
Um ex-economista da FGV-SP – Guido Mantega – acabou alçado a Ministro da Fazenda, mais por seu histórico com o PT do que com a FGV. Mas as decisões de política econômica adotadas – devolvendo o ativismo à Fazenda – foram muito mais uma reação à crise de 2008.
A eleição de Dilma Rousseff mudou o panorama e permitiu a consagração dos princípios defendidos pela Faculdade de Economia.
Uma a uma, as teses da FGV-SP foram se impondo, deixando mais claro uma identidade de pensamento que Dilma já trazia desde os tempos em que modelou o novo sistema elétrico.
Gradativamente começou a jogar na perna do investimento a responsabilidade pelo crescimento. Reforçou o papel regulador do Estado, enquadrando as agências. Ao mesmo tempo, reabriu as parcerias público-privadas e as concessões públicas – mas sem abrir mão do controle regulatório.
Em setembro do ano passado, deu início ao lance mais ousado, que foi detonar os fetiches em torno de juros elevados. O Banco Central reduziu em 0,5 ponto a Selic – contra todas as apostas do mercado, e venceu.
Depois, mais dois lances capitais para ampliar a competitividade da economia. O primeiro, a redução nas tarifas de energia elétrica, em um setor há tempos acomodado com altas margens de lucro, altas distribuições de resultado e altas tarifas.
O segundo, o início do desmonte da estrutura de títulos públicos herdada do período da hiperinflação, com títulos de longo prazo sendo remunerados pela taxa diária de juros.
Por trás dessa aposta fundamental, reuniões periódicas com dois economistas que aprenderam a chutar a gol: Delfim Neto e Nakano.
Realiza-se, assim, a profecia sobre o papel a ser exercido, no país, pela Faculdade de Economia da FGV-SP.
A íntegra.