Em 21/1/11, o jornal Hoje em Dia publicou matéria com o título "Governo prioriza publicidade e deixa de lado prevenção", no qual mostrava que o governo Aécio Anastasia cortou as verbas para prevenção de calamidades e socorro às vítimas, ao mesmo tempo em que aumentou exorbitantemente as despesas com publicidade. Segundo a reportagem, em caso de calamidade, o governo estadual recorre a ajuda do governo federal. Estranhamente, a notícia sumiu do arquivo do jornal, mas pode ser lida aqui e aqui, além de outros endereços onde foi reproduzida. É o modelo tucano "propaganda sem ação" ou "o que importa não é fazer, mas repetir à exaustão que fiz", que o prefeito Lacerda também pratica. Agora, outra reportagem, do Estadão, mostra uma das consequências terríveis dessa política: o fogo consome a mata da Serra da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco. E há vários outros focos de incêndio em parques. A "grande" imprensa não costuma relacionar causas e efeitos das políticas governamentais ou mesmo relacionar as notícias que ela mesma publica. Todas as desgraças parecem cair do céu -- ou são culpa do "demônio da corrupção dos políticos", forma pela qual ela iguala todos os políticos e partidos e desmoraliza a política, preparando o clima para intervenções autoritárias. Deveria mostrar que a tão falada corrupção é promovida por empresários para pôr a máquina governamental a seu serviço, mas a "grande" imprensa fala mal de empresário? E que há políticos que se preocupam sim em prevenir e planejar. Não é o caso de Aécio, Anastasia e Lacerda.
Governo de Minas prioriza publicidade e deixa de lado prevenção
Enquanto o setor tem recursos garantidos no orçamento, não há previsão de dinheiro para calamidades públicas
Ámália Goulart
O Governo do Estado, bem como municípios mineiros, têm gastos assegurados para a publicidade, mas não fazem reserva financeira para a prevenção e o socorro às vítimas, em caso de calamidades públicas. No ano passado, do orçamento total do Estado, que foi de R$ 41 bilhões, R$ 57,4 milhões ficaram com publicidade e propaganda, valor 20% superior ao do ano anterior. Por outro lado, não havia recurso assegurado para os efeitos das chuvas e da seca.
De acordo com a Assessoria de Imprensa do Governo, o Estado não conta com orçamento específico para prevenção de calamidades. No ano passado, Minas recebeu da União R$ 662 mil para esse fim, enquanto para ações de resposta a desastres, o Governo federal repassou ao Estado R$ 32,898 milhões. Os dados são do saite "Contas Abertas". Os gastos da Defesa Civil foram de R$ 45,5 milhões, mas são destinados à manutenção da estrutura, pagamento de servidores, treinamento e custeio.
A Prefeitura de Belo Horizonte mantém o Fundo Municipal de Calamidades Públicas com apenas R$ 20 mil. Os gastos previstos com publicidade e propaganda do município para 2011 são de R$ 32 milhões, valor oito vezes maior que o do ano passado.
Da Agência Estado.
Incêndio destrói parte da mata da Serra da Canastra, em Minas Gerais
Fogo já consumiu mais de 1,5 mil hectares de mata, equivalentes a 15 milhões de metros quadrados, e as chamas continuam fora de controle
Um incêndio que já entra no segundo dia está destruindo boa parte da vegetação do Parque Nacional da Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, na região centro-oeste do Estado. De acordo com a administração do parque, o fogo já consumiu mais de 1,5 mil hectares de mata, equivalentes a 15 milhões de metros quadrados, e as chamas continuam fora de controle.
Segundo o administrador do parque, Darlan de Pádua, 37 brigadistas trabalham no combate ao incêndio com auxílio de duas aeronaves do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e duas cedidas pelo governo mineiro. Por causa da queimada, o local permanecerá fechado para visitação durante todo o fim de semana e, de acordo com Pádua, a expectativa é de que apenas nesta segunda-feira seja possível reabri-lo.
Além da Serra da Canastra, queimadas também destroem a vegetação em áreas de preservação em Extrema, no sul de Minas, e Bonito de Minas, no norte do Estado, além dos parques Biribiri, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha; Rio Doce, em Timóteo, no Vale do Aço mineiro; e Verde Grande, em Matias Cardoso, também no norte.
O combate às chamas é feito por homens do Corpo de Bombeiros e brigadistas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), apenas este ano já foram registrados 3.218 focos de queimadas em matas no Estado.
A íntegra.