sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Savassi do Burguês

Tucano presidente da Câmara (aquele que censurou marchinha de carnaval) é dono de creperia em quarteirão fechado da Savassi "revitalizada". Será coincidência? Ele viu na "revitalização" uma "oportunidade de negócio"? Outros comerciantes tiveram de fechar, mas o presidente da Câmara até esburacou o novo piso para instalar "sombrões". A linguagem do vereador está bem de acordo com a atual fase de Belo Horizonte, cidade sem lei, em que rua é vendida, espaços públicos são alugados, reunião popular é proibida, pobre é recolhido das ruas, obra inaugurada é fechada para fazer de novo e petista se imola na Praça 7, mas todos os políticos estão unidos em torno do pensamento único que do PTSDB. 

Do Estado de Minas.
Indefiniçoes sobre padrões geram discórdia na Praça da Savassi 
Flávia Ayer, 29/6/12
Mesas de plástico, alumínio, madeira de demolição, muitas encostadas em floreiras e bancos públicos. Cadeiras dobráveis, ergométricas, além das patrocinadas por fábricas de cerveja, e guarda-sóis de todas as cores e tamanhos. Diante da indefinição da prefeitura sobre o padrão do mobiliário nos quarteirões fechados da recém-revitalizada Praça da Savassi, lojistas têm esbanjado criatividade na decoração e criado ambiente fértil para desavenças no reduto do charme da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O mais novo pivô da discórdia são três buracos furados na Rua Antônio de Albuquerque, esquina com Rua Alagoas. No local, foram instalados ombrelones (guarda-sóis tamanho GG) para proteger as mesas da Creperia Albuquerque, que tem como sócio o presidente da Câmara Municipal, vereador Léo Burguês (PSDB).
Autora do projeto de revitalização da Savassi, a arquiteta Edwiges Leal considerou a intervenção no piso uma agressão ao espaço público e já encaminhou o assunto à Regional Centro-Sul. "Fiquei indignada. É um desrespeito grande à Savassi, uma obra tão esperada. O local deveria ter ocupação de primeiro mundo, e abrir furo como o de um mastro de bandeira é um erro primário, e justo do presidente do Legislativo", afirma.
"Respeito a opinião dela, mas (os ombrelones) estão totalmente dentro da lei. Paguei quase R$ 1 mil para furar aquilo ali", afirma o presidente da Câmara, que ressalta estar participando das discussões sobre o chamamento público. 
A íntegra.