Em São Paulo, não em BH, felizmente. Esta notícia é interessante por diversos motivos, todos eles desalentadores. O primeiro é que a gente pensa que a justiça promove o bem comum, mas este caso mostra o contrário, a justiça promovendo o mal comum. O segundo é que a gente pensa que o povo quer o bem coletivo, mas neste caso o povo é egoísta e põe seu interesse particular acima do bem coletivo. O terceiro motivo é que a gente pensa que uma conquista a favor do bem coletivo e do meio ambiente é irreversível e este caso mostra que não, que as coisas podem piorar outra vez. Em BH a população se adaptou muito bem ao fim das sacolinhas do comércio e elas não fazem falta nenhuma. É só ter sacola -- e todo mundo tem. Quando não tem, compra uma, póe em caixa de papelão. Não chega a ser um problema. No entanto, em São Paulo as gentes do povo acham isso o fim do mundo. Não é. Fim do mundo é encher o ambiente de sacolas plásticas que levam séculos para decompor. A questão do saco de lixo é um passo além que não justifica um retrocesso como esse. Vale esclarecer, vale levantar a discussão, vale avançar, agora pelo fim também dos sacos de lixo.
Da Agência Brasil.
Consumidores aprovam volta das sacolinhas; ambientalista defende mais debate Elaine Patricia Cruz e Fernanda Cruz
A decisão judicial que garante o fornecimento gratuito de sacolinhas nos supermercados agradou a muitos consumidores da capital paulista. Para o o ambientalista Nelson Pedroso, da Associação Global de Desenvolvimento Sustentado, essa é uma questão que deveria ser melhor debatida na sociedade. "Tem que ter sacolinha no mercado. Se a gente sai do serviço e, não trouxer a sacolinha, não tem como levar [as compras]", disse a doméstica Maria Santana. A aposentada Aparecida Maria Silva Prado também defendeu a volta das sacolinhas. "Acho um descaso [a falta de sacolinhas]. Já pensou em você estar na rua e lembrar que precisa passar no mercado? Se você estiver só com a bolsa terá que gastar mais um dinheirinho [para levar as compras]", reclamou. Na última segunda-feira (25), a juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1ª Vara Cível Central da capital paulista, determinou que os supermercados retomem o fornecimento gratuito de embalagens adequadas e em quantidades suficientes para que os consumidores possam transportar as compras. A juíza estabeleceu o prazo de 48 horas, após recebimento da notificação, para que os supermercados de São Paulo voltassem a disponibilizar as sacolinhas. Alguns consumidores abordados pela Agência Brasil reclamaram também da falta de informação. Para eles, a alegação de que a retirada das sacolinhas dos supermercados está contribuindo para o meio ambiente não é suficiente, já que há muitos produtos nas prateleiras dos supermercados, por exemplo, que também são feitos de material plástico. "E o lixo na rua? Não vai dentro de um saco de lixo? E as embalagens não são todas de plástico?", argumentou o técnico de trânsito Antero dos Santos Ferreira. Para a dona de casa Maria Amélia França Ricota, neste debate, o consumidor fica sem saber qual é a melhor opção. "Já me acostumei a trazer sacola e carrinho. Isso é consciência. Fazemos o que estão dizendo que é o melhor. Mas o povo tem que colocar o lixo em alguma coisa. E eles usam a sacolinha para isso. Mas agora eles estão precisando comprar saco [de lixo]. E aí não sai a mesma coisa? Saco [de lixo] não é igual à sacolinha e polui da mesma forma? Os dois não vão para o meio ambiente?", questionou.
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