Golpes de Estado na América Latina são a coisa mais corriqueira da história. A novidade é que agora estão sendo patrocinados pela imprensa de direita e pelo próprio parlamento, também de direita, graças a legislações conservadoras que manipulam a vontade popular.
Da Agência Carta Maior.
Lugo sob ameaça de golpe no Paraguai
Por Gilberto Maringoni.
A Câmara paraguaia, dominado pelos partidos de direita, abriu processo de impeachment nesta quinta-feira (21) contra o presidente Fernando Lugo. Senado agora também discutirá a medida. Trata-se de um eufemismo para golpe de Estado, segundo analistas consultados por Carta Maior.
Não é a primeira vez que setores dos grandes proprietários de terra aliados de setores empresariais tentam interromper a vida democrática do país vizinho. À diferença de outras situações ao longo do século XX é que a ação atual recobre-se de uma fachada legal.
O pretexto é que Lugo teria sido negligente na resolução de conflitos agrários, como o ocorrido há uma semana em Curuguaty, próximo a fronteira com o Brasil. Na ocasião morreram nove camponses e seis policiais.
Por "negligência" entenda-se as tentativas do mandatário de resolver os problemas com negociação e não através de violência pura que caracteriza historicamente a resolução de conflitos sociais no país.
Os presidentes da Unasul, reunidos no Rio de Janeiro, colocam-se frontalmente contra o golpe. A situação em Assunção é de calma aparente. Manifestações populares de apoio começam a acontecer na capital. Em pronunciamento feito nesta manhã e transmitido pela tevê paraguaia, Lugo descartou a possibilidade de renúncia.
A íntegra.